Dia das Crianças no RS: Brincadeiras Antigas Roubam a Cena e Reduzem Tempo de Tela
RS: Dia das Crianças com brincadeiras antigas e menos telas

Parece coisa de outro tempo, mas foi agora mesmo. Enquanto muita gente achava que as crianças só queriam saber de celular e tablet, o Rio Grande do Sul deu uma guinada nostálgica neste Dia das Crianças. E olha, foi uma surpresa das boas.

Pelas ruas, praças e parques de Porto Alegre, dava pra ver de tudo: amarelinha desenhada no chão, corda girando no ar, bolhas de sabão flutuando. Parecia que alguém tinha dado play num filme dos anos 80, só que em alta definição.

O celular ficou no bolso

O que mais chamou atenção — e aqui eu confesso que fiquei impressionado — foi ver como os pequenos se entregaram às brincadeiras. Tipo, sem reclamar, sem pedir o aparelho de volta. Quem diria, né?

"A gente trouxe a filha pra cá e ela nem lembrou do tablet", contou uma mãe, meio incrédula, no Parque da Redenção. "Ela tá há três horas pulando corda. Três horas!"

Não foi só lá, não. Em Canoas, um pai organizou uma verdadeira olimpíada de brincadeiras na rua. Peteca, pião, aquelas coisas que a gente jurava que iam sumir do mapa. Pois é, voltaram com tudo.

Mas por que essa mudança?

Bom, se você parar pra pensar, faz todo o sentido. Depois de tanto tempo preso em casa durante a pandemia, a galera tá com uma vontade danada de se encontrar, de correr, de gritar. E as brincadeiras antigas são perfeitas pra isso.

Além do mais — e isso é importante — os pais tão ficando mais espertos sobre o excesso de telas. Não é que a tecnologia seja vilã, longe disso. Mas tudo tem seu limite, não é mesmo?

Uma psicóloga que eu conversei resumiu bem: "As crianças descobriram que dá pra sujar os pés de terra e sobreviver. E melhor: que é divertido!"

E o comércio, como ficou?

Aqui vem a parte interessante. As lojas perceberam a tendência e investiram pesado em brinquedos que não precisam de bateria. Volta e meia você via carrinhos de rolimã, bonecas de pano, jogos de tabuleiro.

Um vendedor de shopping me contou, meio surpreso: "Vendemos mais bola de gude esse mês do que nos últimos cinco anos juntos. Quem diria?".

E não pense que foi só nostalgia de adulto. As crianças menores, que nunca tinham visto aquilo, ficaram fascinadas. Uma menina de quatro anos, quando viu um pião girando pela primeira vez, gritou: "É mágica!". Coisa mais fofa.

E agora, pra onde vamos?

Olha, difícil dizer se isso vai continuar ou se foi só um sopro de saudosismo. Mas uma coisa é certa: mostrou que as crianças ainda são... crianças. Que precisam correr, pular, se sujar.

Talvez o segredo não seja jogar as telas fora, mas encontrar um equilíbrio. Que tal um dia de videogame e no outro uma partida de queimada? Parece justo.

O que ficou claro é que, pelo menos por um dia, o Rio Grande do Sul provou que as brincadeiras de antigamente têm, sim, seu lugar no mundo de hoje. E que, às vezes, o melhor presente pra uma criança pode ser simplesmente... brincar.