6 dicas de psicólogos para evitar brigas e ter um Natal em família mais tranquilo
Como evitar conflitos familiares no Natal: 6 dicas de especialistas

Considerada a época mais maravilhosa do ano, a data do Natal também concentra ingredientes que podem detonar brigas e desentendimentos entre familiares. Críticas à comida, debates acalorados à mesa e até disputas pelo controle remoto da TV são situações comuns. Para ajudar a manter o espírito natalino, conversamos com especialistas em psicologia e educação parental, que listaram estratégias práticas para um convívio mais harmonioso.

Gerenciando expectativas e a pressão por perfeição

A primeira recomendação é abandonar a busca pelo Natal perfeito e idealizado dos filmes. A psicoterapeuta e escritora Philippa Perry aconselha diminuir as expectativas sobre o que a data pode proporcionar, evitando assim grandes decepções. Regras não ditas, como a obrigação de ver todo mundo, só aumentam o estresse.

Natalie Costa, coach de pais e apresentadora do podcast Connected, lembra que ninguém tem a vida perfeita das fotos das redes sociais. Por trás das imagens de famílias felizes, existem crianças e adultos que também tiveram crises de choro. Ela sugere trocar a competição por uma pergunta prática: "Como seria o meu Natal suficientemente bom?".

Presentes, comentários e a gestão das crianças

A troca de presentes, parte essencial da celebração, pode se tornar uma competição, especialmente entre familiares com orçamentos diferentes. Philippa Perry orienta os pais a "deixarem para lá" se avós e tios resolverem mimar as crianças, em vez de tentar controlar esses relacionamentos. Mais tarde, isso pode ser uma oportunidade para discutir valores, enfatizando que presentes maiores não significam mais amor.

Comentários constrangedores sobre casamento, filhos ou carreira são outro ponto de tensão. A psicoterapeuta Sarah Turner explica que esses ataques passivo-agressivos muitas vezes vêm do estresse e da insegurança alheios. Ela aconselha fazer uma pausa antes de reagir e, se possível, pedir esclarecimentos sobre o comentário. Reconhecer um "fundo de verdade" no que foi dito, sem necessariamente concordar, pode acalmar as emoções porque a pessoa se sente ouvida.

Para evitar que outros familiares interfiram na criação dos filhos durante a agitação do dia, Natalie Costa recomenda uma conversa prévia. Um exemplo seria: "Eu sei que nossa forma de criar pode ser diferente... O que mais nos ajuda é manter a consistência, então, se surgir algo, deixe conosco". Estabelecer combinados simples, como limites de tempo de tela, e até um código leve (como "bananas fedorentas") para sinalizar quando a situação está ficando difícil, são táticas úteis.

Ceia sem stress e o plano para a TV

A ceia de Natal, com pratos como peru e arroz com passas que raramente são consumidos no ano, pode ser uma fonte de ansiedade. A psicóloga Ritika Suk Birah destaca que a chamada "exigência alimentar" muitas vezes é sensibilidade. A chave é eliminar a carga emocional da comida. Para adultos, ofereça alternativas sem comentários. Para crianças, um "prato seguro" e familiar junto com as novidades festivas permite que explorem no seu ritmo.

Por fim, as disputas pela programação da TV são clássicas. A melhor abordagem, segundo Birah, é combinar um plano antes que as emoções estejam à flor da pele. Estabeleça uma rotação com um programa compartilhado, uma escolha individual e um período sem telas. Se adolescentes reclamarem da "TV de gente velha", Natalie Costa sugere validar o gosto deles ("Eu entendo, o YouTube é divertido") e então explicar a importância do momento familiar em conjunto.

Seguindo essas dicas, é possível focar no que realmente importa durante as festas: a conexão e os momentos genuínos de alegria ao lado de quem se ama, mesmo que imperfeitos.