
A cidade de São Paulo enfrenta o que parece ser uma crise de saúde pública silenciosa — e potencialmente letal. Na última sexta-feira, mais uma família foi atingida pela tragédia quando um homem de 46 anos perdeu a vida após consumir o que deveria ser uma simples vodca em um estabelecimento comercial.
Parece absurdo, não é? Alguém sai para relaxar, tomar uma bebida, e volta para casa em uma bolsa funerária. O caso aconteceu no Jardim Ângela, zona sul da capital, e espelha terrivelmente outra morte ocorrida apenas três dias antes.
O Padrão que Assusta
Duas vítimas, sintomas similares, desfecho idêntico. O primeiro caso foi um homem de 35 anos que faleceu na terça-feira. Agora, este de 46. Ambos consumiram bebidas alcoólicas — supostamente vodca — em bares diferentes. Ambos apresentaram os mesmos sinais de intoxicação por metanol.
E aqui está o detalhe que dá calafrios: o laudo preliminar do IML apontou metanol como causa da morte. Esse álcool, usado industrialmente, é um veneno quando ingerido. Uma pequena dose pode cegar. Uma quantidade um pouco maior mata.
Sinais de Alerta que Todos Devem Conhecer
- Náuseas e vômitos intensos
- Tontura que não passa
- Visão turva ou embaçada
- Dores abdominais fortes
- Confusão mental
Se alguém apresentar esses sintomas após beber — especialmente em bares ou locais não confiáveis — é caso de emergência médica. Não espere melhorar sozinho.
O que me deixa perplexo é a frieza dos números: a primeira vítima tinha 1,07 gramas de metanol por litro no sangue. A segunda, 1,26 g/L. Valres absurdamente altos. Para ter ideia, a intoxicação começa com apenas 0,1 gramas.
O que as Autoridades Estão Fazendo?
A Vigilância Sanitária municipal entrou em cena, é claro. Coletaram amostras nos locais onde as vítimas consumiram as bebidas. O Centro de Vigilância à Saúde trabalha contra o relógio para identificar a origem desse venho disfarçado de bebida.
Enquanto isso, a Polícia Civil investiga se há — e como não pensar nisso? — uma rede organizada distribuindo bebidas adulteradas pela cidade. A Delegacia de Homicídios cuida do caso, o que já mostra a gravidade da situação.
O pior é que isso não é novidade no Brasil. Lembram-se dos casos de anos anteriores? Parece que a cada tanto alguém resolve lucrar com a saúde — e a vida — dos outros.
Eu particularmente acho que deveria haver uma fiscalização muito mais rigorosa. Quantas famílias precisam chorar seus mortos antes que medidas efetivas sejam tomadas?
Um Alerta que Vale a Vida
Enquanto as investigações correm, fica o alerta para quem frequenta bares e restaurantes: desconfie de bebidas com preço muito abaixo do mercado, observe a embalagem, o lacre, a procedência. Sua vida vale mais que alguns reais economizados.
E aos estabelecimentos: cuidado com os fornecedores. A economia em um produto adulterado pode custar vidas — e o fechamento do seu negócio.
São Paulo está diante de mais um desafio de saúde pública. E desta vez, o perigo vem em forma de drinks aparentemente inofensivos.