
Não é exagero dizer que Bauru está passando por um momento delicado quando o assunto é saúde. Só em 2025, a cidade já registrou 20 mortes por influenza — e o que mais assusta não é só o número, mas a taxa de letalidade que vem acompanhando esses casos. Algo está fora do normal, e os especialistas estão de cabelo em pé.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que, comparado ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de quase 35% nos óbitos relacionados ao vírus. E olha que nem estamos no inverno ainda, época em que a gripe costuma dar as caras com mais força. "É um cenário atípico", admite a infectologista Dra. Renata Campos, que trabalha no Hospital Estadual de Bauru. "Estamos vendo casos mais graves, com complicações pulmonares agressivas."
Por que tá tão feio o negócio?
Bom, aí vem o pulo do gato. Segundo os boletins epidemiológicos, a cepa H3N2 — aquela mesma que deu o que falar em 2021 — voltou com tudo e parece ter sofrido mutações. Traduzindo: o vírus pode estar mais esperto que a nossa imunidade. E tem mais: a cobertura vacinal na região tá abaixo do esperado, com apenas 62% do público-alvo imunizado. "Quem não se vacinou tá se arriscando à toa", alerta o secretário de saúde, Marcelo Prado.
- Idosos acima de 60 anos são os mais afetados (45% dos casos)
- Crianças menores de 5 anos respondem por 18% das internações
- Pessoas com comorbidades representam 70% dos óbitos
Ah, e não adianta achar que é só uma "gripezinha". Dos pacientes que foram parar no hospital, 1 em cada 3 precisou de UTI. Assustador, né? A situação tá feia até pra quem tem plano de saúde — os hospitais particulares já relatam lotação nas enfermarias.
O que fazer?
Primeiro: corra pra tomar a vacina se ainda não tomou. As unidades básicas de saúde tão aplicando até sem agendamento. Segundo: máscaras voltaram a ser recomendadas em locais fechados. E terceiro — e mais importante —, aos primeiros sintomas (febre alta, dor no corpo, cansaço extremo), procure atendimento. "Tá tendo muita gente deixando pra ir tarde demais ao médico", reclama uma enfermeira que preferiu não se identificar.
Enquanto isso, o comitê de crise municipal se reúne toda terça pra avaliar medidas extras. Tá na mesa até a possibilidade de antecipar a vacinação geral, mas ainda tão discutindo os detalhes. Uma coisa é certa: Bauru não pode baixar a guarda. Como diz o ditado, melhor prevenir que remediar — e nesse caso, o remédio pode ser tarde demais.