Brasil em Transformação: IBGE Revela Explosão de Lares Sozinhos — Envelhecimento e Migração Moldam Novos Hábitos
Explosão de lares de uma pessoa só no Brasil, diz IBGE

O retrato do brasileiro dentro de casa está mudando — e como! Dados fresquinhos do IBGE jogam luz sobre um fenômeno que já não passa despercebido: a explosão no número de pessoas morando sozinhas. São nada menos que 7,9 milhões de lares unipessoais espalhados pelo país. Um crescimento de 34,5% em apenas uma década. Quem diria, hein?

E não, não se trata apenas de uma moda passageira ou de um capricho da geração mais jovem. Dois gigantes demográficos estão por trás dessa revolução silenciosa: o inexorável envelhecimento da população e os constantes fluxos migratórios internos. Pense bem: com a população vivendo mais — e, muitas vezes, ficando viúva —, é natural que a casa antes compartilhada vire um refúgio individual. Uma solidão, sim, mas por vezes escolhida.

Migração: Sozinho na Cidade Grande

Ah, a migração! Ela tem seu dedo nisso tudo. Quantos não saem da terra natal em busca de trabalho ou estudo em outra cidade? Esse deslocamento, notadamente de homens jovens — o que, convenhamos, não é nenhuma novidade no Brasil —, cria instantaneamente um novo lar de uma pessoa só. Chega a ser um rito de passagem para a vida adulta em muitos cantos.

O Sudeste, é claro, lidera com folga esse ranking. Sozinho, concentra 43,3% de todos os domicílios unipessoais do país. Não é surpresa para ninguém, dada a atração magnética que metrópoles como São Paulo e Rio exercem. Mas olha só que curioso: a região Norte apresentou o crescimento mais acelerado nesse indicador. Algo está fervendo por lá.

O Outro Lado da Moeda: Famílias Estão Diminuindo

Enquanto os que moram sozinhos aumentam, o tamanho médio das famílias brasileiras encolhe. A média nacional agora é de 2,9 pessoas por domicílio. Parece pouco, mas é um número que fala volumes sobre mudanças profundas no nosso tecido social. Decisões sobre ter filhos, arranjos familiares mais fluidos e, claro, a pressão econômica — tudo isso se reflete nesse número aparentemente simples.

E não para por aí. Os arranjos familiares estão ficando mais complexos, mais diversos. Lares com apenas um dos pais — majoritariamente mulheres chefes de família — também seguem em trajetória ascendente. O Brasil de hoje é, definitivamente, mais múltiplo em suas configurações domésticas.

Essa não é apenas uma estatística fria. É a materialização de escolhas, restrições e novas realidades econômicas. O que isso significa para o futuro das cidades, do mercado imobiliário e até das políticas públicas? Bem, essa é uma conversa que está apenas começando.