Mourão defende megaoperação no Rio com 121 mortos e alerta sobre domínio do crime
Mourão sobre operação no Rio: sucesso tático, mas risco permanece

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) se pronunciou sobre a recente megaoperação das forças de segurança no Rio de Janeiro que resultou na morte de 121 pessoas, classificando a ação como um sucesso tático, mas reconhecendo a ausência de resultados estratégicos duradouros.

Operação foi necessária para demonstrar autoridade do Estado

Em entrevista ao programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal, o parlamentar defendeu que a intervenção era fundamental para mostrar a autoridade do Estado sobre as facções criminosas que controlam territórios no estado fluminense. O governo do Rio tinha que demonstrar às facções que é capaz de entrar em qualquer área da cidade, afirmou Mourão durante a entrevista realizada em 10 de novembro de 2025.

O ex-vice-presidente foi enfático ao declarar que, caso contrário, o Estado perderia sua soberania e o controle territorial, que são suas responsabilidades fundamentais. A declaração reforça sua posição sobre a necessidade de ações firmes contra o crime organizado.

Alto número de baixas foi consequência do enfrentamento

Mourão destacou que a violência registrada durante a operação foi resultado direto da resistência armada do crime organizado. A criminalidade resolveu enfrentar a polícia. Está muito bem armada e não se rende — atira para matar, justificou o senador.

Os números apresentados são significativos: além das 121 mortes entre suspeitos, a operação também resultou em quatro policiais mortos e 15 feridos durante os confrontos, demonstrando a intensidade dos embates.

Falta de ocupação permanente pode anular resultados

Apesde do que classificou como sucesso tático, Mourão reconheceu que o objetivo principal não foi alcançado: a prisão do líder da facção que controlava a região não aconteceu. Esta falha, segundo sua análise, compromete os resultados de longo prazo.

O parlamentar foi claro em seu alerta: a organização vai continuar funcionando se não houver ocupação permanente da área pela polícia. Esta avaliação aponta para uma limitação fundamental em operações pontuais, mesmo quando bem-sucedidas no momento de sua execução.

Necessidade de ação coordenada nacional

Mourão defendeu uma abordagem mais ampla e coordenada para enfrentar o avanço do crime organizado, especialmente nas regiões metropolitanas. É uma situação complicada e que vai exigir, em algum momento, um esforço concentrado de todo o Estado brasileiro, afirmou.

O senador tem consistentemente defendido a necessidade de políticas integradas entre governos estaduais e o governo federal, com foco na recuperação do controle territorial e no fortalecimento das forças policiais. Enquanto o Estado permitir que grupos armados determinem quem entra ou sai de uma comunidade, não há soberania nem segurança pública, concluiu, enfatizando a necessidade de ações contínuas e firmes.

A análise de Mourão sobre a megaoperação no Rio de Janeiro levanta questões importantes sobre a eficácia de intervenções pontuais versus estratégias de segurança pública de longo prazo, um debate crucial para o enfrentamento do crime organizado no Brasil.