
Salvador se transformou, mesmo que por alguns dias, na capital nacional da Justiça. Que cenário mais apropriado do que a primeira capital do Brasil para sediar um encontro que promete balizar os rumos do Judiciário em todo o território nacional?
Os presidentes dos Tribunais de Justiça das 27 unidades federativas — sim, todos eles — desembarcaram na cidade para o que está sendo considerado um dos eventos mais significativos do ano para o Poder Judiciário. A reunião do FONAJE (Fórum Nacional dos Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil) não é apenas mais um encontro de rotina. Longe disso.
Um momento decisivo para a Justiça brasileira
O que está em jogo aqui? Basicamente, o futuro do sistema judiciário que afeta a vida de mais de 200 milhões de brasileiros. Os debates giram em torno de temas cruciais — e alguns bastante espinhosos, devo admitir.
Desde a uniformização de procedimentos até a modernização dos tribunais, passando por questões orçamentárias que sempre dão dor de cabeça. É como tentar coordenar 27 orquestras diferentes para tocar a mesma sinfonia — cada uma com seu ritmo, seus instrumentos e, claro, seu maestro.
Os principais desafios em discussão
- Gestão compartilhada: Como fazer com que tribunais de realidades tão distintas conversem entre si de forma eficiente?
- Modernização tecnológica: A pandemia escancarou defasagens — algumas cortes ainda navegam em águas digitais turbulentas
- Orçamento: Sempre um tema espinhoso — como fazer mais com menos (ou pelo menos com o suficiente)?
- Acesso à Justiça: Garantir que cidadãos de Roraima a Santa Catarina tenham tratamento similar
Não é exagero dizer que as decisões tomadas nestes encontros ecoam nos fóruns de todo o país. Afinal, quem nunca ouviu falar da "lotação" da Justiça? Pois é justamente isso que está sendo discutido — formas de desafogar o sistema sem sacrificar a qualidade.
Salvador como palco estratégico
A escolha da capital baiana não foi por acaso. Com sua mistura única de tradição e modernidade, a cidade simboliza bem os desafios que o Judiciário enfrenta: como honrar suas raízes enquanto avança para o futuro.
E convenhamos — se há um lugar que entende de encontro de culturas e harmonização de diferenças, esse lugar é Salvador. Quase como uma metáfora perfeita para o que se pretende alcançar: unidade na diversidade.
Os baianos, sempre receptivos, parecem entender a importância do evento. Afinal, quando tantas "altas cortes" se reúnem em sua terra, é sinal de que algo importante está em gestação.
O que esperar dos próximos dias?
Os trabalhos continuam — e as expectativas são altas. Espera-se que saiam desta reunião diretrizes concretas que possam ser implementadas nos diversos tribunais estaduais.
Mas vamos ser realistas: transformar discussões em ações práticas sempre foi o grande desafio. Como bem sabe qualquer brasileiro que já precisou recorrer à Justiça, entre o discurso e a prática existe um abismo que precisa ser transposto.
O certo é que, pelo menos, o diálogo está ocorrendo. E num país onde tantas instituições preferem trabalhar isoladamente, ver 27 presidentes de tribunais sentados à mesma mesa já é, por si só, um avanço considerável.
Restamos nós, cidadãos, na torcida para que deste encontro nasçam não apenas boas intenções, mas ações concretas que tornem nossa Justiça mais ágil, mais acessível e, por que não, mais humana.