O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um apelo urgente para que a Ucrânia acelere as negociações com a Rússia visando um plano de paz. O pedido foi feito durante uma coletiva de imprensa na Sala Oval da Casa Branca, nesta quinta-feira.
Pressão por Celeridade nas Conversações
Trump afirmou que os ucranianos precisam "agir rapidamente" para finalizar um acordo que ponha fim ao conflito. O republicano justificou a urgência com um alerta sobre a instabilidade da posição russa. "Cada vez que [os ucranianos] demoram muito tempo, a Rússia muda de ideia", declarou o ex-mandatário.
O contexto do apelo é a preparação para uma nova rodada de diálogo direto entre americanos e russos. Uma reunião entre enviados dos dois países está agendada para o próximo fim de semana, na cidade de Miami, no estado da Flórida.
Detalhes da Reunião em Miami e do Plano Americano
A Casa Branca não divulgou a lista completa dos participantes, mas confirmou que os Estados Unidos serão representados pelo enviado Steve Witkoff e por Jared Kushner, genro de Trump. Do lado russo, a expectativa é que o enviado econômico do Kremlin, Kirill Dmitriev, lidere a delegação.
Este encontro ocorre após sinais positivos relatados pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ele observou avanços nas discussões entre Kiev e Washington sobre o conteúdo de uma proposta a ser levada a Moscou. As bases do plano foram ajustadas após reuniões em Berlim entre representantes americanos e europeus.
Embora os detalhes finais não tenham sido tornados públicos, fontes de Kiev indicaram que o plano envolve concessões territoriais. Os Estados Unidos, por outro lado, defendem que a versão mais recente oferece garantias de segurança "muito fortes", que seriam vantajosas para a Ucrânia e, ao mesmo tempo, aceitáveis para a Rússia.
Cenário de Guerra e Declarações Contraditórias
O otimismo com as negociações contrasta com as previsões sombrias sobre o campo de batalha. Zelensky advertiu que a Rússia se prepara para mais um "ano de guerra" em 2026. A afirmação veio após o presidente russo, Vladimir Putin, declarar, na quarta-feira, que os objetivos da ofensiva militar "serão, sem dúvida, alcançados", seja por meios diplomáticos ou militares.
A invasão russa do território ucraniano, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, é considerada a crise de segurança mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O documento original de Washington, que deu origem ao plano atual, foi inicialmente recebido por Kiev e aliados europeus como amplamente favorável às exigências do Kremlin, gerando apreensão.
O desfecho das conversas em Miami e a capacidade de resposta ucraniana ao apelo de velocidade de Trump são agora os principais focos de atenção da comunidade internacional, que aguarda por um possível caminho para a paz em meio a persistentes ameaças de escalada.