Operações Preventivas Contra o Terrorismo
O Ministério do Interior da Síria confirmou neste sábado (8) a realização de operações preventivas em todo o país contra células do Estado Islâmico. De acordo com um porta-voz do governo sírio, as forças de segurança executaram 61 batidas policiais que resultaram na prisão de 71 pessoas e no apreensão de explosivos e armas.
Contexto da Visita Presidencial a Washington
As operações ocorrem em um momento estratégico, pouco antes da viagem do presidente sírio Ahmed al-Sharaa a Washington, nos Estados Unidos. Durante a visita, o líder sírio se reunirá com o presidente Donald Trump e participará de uma coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico.
O Departamento de Estado americano e o Pentágono não responderam aos pedidos de comentário da Reuters sobre as operações. No entanto, a agência de notícias revelou que os EUA preparam o estabelecimento de uma presença militar em uma base aérea em Damasco, capital da Síria.
Mudanças nas Relações Internacionais
Esta sexta-feira (7) marcou um ponto de virada nas relações entre os países, quando EUA e Reino Unido suspenderam as sanções impostas a Sharaa. O presidente sírio e seu ministro do Interior, Anas Khattab, haviam sido anteriormente classificados por Washington como "terroristas", com ligações ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda.
O Departamento de Estado americano justificou a medida citando "o progresso demonstrado pela liderança síria após a saída do ex-presidente Bashar al-Assad". Entre os avanços mencionados estão:
- Combate ao narcotráfico
- Eliminação de armas químas
- Promoção da segurança regional
A presença americana na capital síria tem como objetivo facilitar um pacto de segurança entre Síria e Israel que o governo Trump está intermediando entre os dois países.
Ahmed al-Sharaa tornou-se presidente da Síria em janeiro, depois que forças insurgentes lideradas pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) derrubaram Assad em uma ofensiva relâmpago. O novo presidente tem feito várias viagens internacionais enquanto seu governo de transição tenta restabelecer laços com potências mundiais que haviam isolado Damasco durante o regime anterior.
A trajetória de Sharaa é marcada por transformações significativas. Ex-líder do HTS e com ligações anteriores à Al-Qaeda, ele foi sancionado pelos Estados Unidos em 2013 e pela ONU e o Reino Unido em 2014, o que incluiu proibição de viagens, congelamento de bens e embargo de armas.
Até dezembro de 2024, Sharaa era procurado pelo serviço secreto norte-americano, que oferecia recompensa por informações de seu paradeiro. A reviravolta em sua situação política culminou com o encontro com Trump durante uma visita à Arábia Saudita em maio deste ano.