Rússia declara apoio total à Venezuela e acusa EUA de escalar tensões no Caribe
Rússia apoia Venezuela e critica ações dos EUA no Caribe

O governo russo declarou, nesta segunda-feira (22 de dezembro de 2025), seu apoio total à Venezuela em meio a uma crescente crise diplomática e militar envolvendo os Estados Unidos na região do Caribe. A posição foi assumida após uma conversa telefônica entre os chanceleres Sergei Lavrov, da Rússia, e Yvan Gil, da Venezuela.

Condenação às ações americanas

Os dois ministros condenaram veementemente as recentes operações militares conduzidas por Washington na área. As ações criticadas incluem o bloqueio e a apreensão de navios petroleiros venezuelanos que estavam sob sanções internacionais, além de ataques a embarcações acusadas de envolvimento com narcotráfico.

As acusações de tráfico de drogas, feitas pelos Estados Unidos, não foram acompanhadas pela apresentação pública de provas, conforme destacado nos comunicados. De acordo com informações de uma autoridade americana à agência AFP, além de pelo menos dois petroleiros já apreendidos, um terceiro navio estaria sendo perseguido por forças dos EUA.

Preocupação com a estabilidade regional

Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que os chanceleres expressaram profunda preocupação com o aumento da presença militar americana no Caribe. Eles alertaram que essas operações representam uma ameaça à estabilidade regional e à segurança da navegação internacional.

Moscou reiterou sua solidariedade incondicional ao governo do presidente Nicolás Maduro e ao povo venezuelano. Os dois países concordaram em intensificar a coordenação de suas ações em fóruns multilaterais, com foco especial nas Nações Unidas, para defender o princípio da soberania dos Estados e rejeitar interferências externas.

O caso no Conselho de Segurança da ONU

A crise entre Caracas e Washington deve ser discutida em sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta terça-feira, 23 de dezembro. O debate ocorrerá após uma solicitação formal da Venezuela, que contou com o apoio diplomático da Rússia e da China.

Em uma mensagem publicada no Telegram, o chanceler venezuelano, Yvan Gil, acusou os Estados Unidos de promover agressões e violações flagrantes do direito internacional, classificando alguns dos atos como pirataria moderna.

As operações militares americanas na região se intensificaram desde setembro, estendendo-se também ao Pacífico Oriental. Washington justifica as ações como parte do combate ao narcotráfico. No entanto, relatos de familiares e governos locais indicam que mais de 100 pessoas, incluindo pescadores, morreram nesses confrontos.

No dia 16 de dezembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um bloqueio formal a navios petroleiros sancionados que operam em rotas ligadas à Venezuela. O líder republicano acusa o regime de Maduro de usar recursos do petróleo para financiar atividades criminosas, como tráfico de drogas e pessoas – acusações que são sistematicamente negadas pelo governo venezuelano.