Plano de paz para Ucrânia está 90% pronto e será apresentado à Rússia em dias
Plano de paz para Ucrânia 90% pronto, diz Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta terça-feira, 16 de dezembro de 2025, que o plano de paz para encerrar o conflito com a Rússia, mediado pelos Estados Unidos, está praticamente concluído. Segundo ele, a proposta poderá ser formalmente apresentada a Moscou em questão de dias.

Negociações avançam em Berlim

A declaração de Zelensky ocorre após dois dias de intensas negociações entre autoridades ucranianas e americanas na capital alemã, Berlim. Nesses encontros, os representantes de Washington afirmaram que 90% das "questões difíceis" entre Kiev e Moscou já foram resolvidas. O avanço é considerado significativo, mas um obstáculo importante permanece: a postura do líder russo, Vladimir Putin, que não demonstrou qualquer sinal de abertura para fazer concessões.

Zelensky tem viajado pela Europa nos últimos dias para discutir os detalhes finais do plano com os aliados ucranianos. A busca por um acordo que possa pôr fim ao conflito se intensifica, com os Estados Unidos atuando como principal mediador.

Garantias de segurança são ponto crucial

Um dos elementos centrais e mais delicados do plano são as garantias de segurança para a Ucrânia no pós-guerra. O objetivo é criar mecanismos que impeçam uma nova invasão russa no futuro. Nesta terça-feira, Zelensky revelou que o Congresso dos Estados Unidos colocará o pacote de propostas em votação.

Ele afirmou que um conjunto final de documentos será preparado "hoje ou amanhã". A aprovação do Legislativo americano é fundamental porque tornará as garantias "juridicamente vinculativas". Isso significa que os termos terão força de lei e seu descumprimento acarretará consequências legais para as partes envolvidas.

"Estamos contando com cinco documentos. Alguns deles dizem respeito a garantias de segurança: juridicamente vinculativas, ou seja, votadas e aprovadas pelo Congresso dos Estados Unidos", explicou Zelensky a jornalistas. Segundo o presidente ucraniano, essas garantias "espelhariam o artigo 5" da Otan, o princípio de defesa coletiva que obriga todos os membros a ajudarem um aliado sob ataque.

Próximos passos e a postura russa

Após a votação no Congresso americano, o plano prevê que Washington inicie consultas diretas com a Rússia. Na sequência, reuniões de alto nível poderiam ocorrer já neste fim de semana, indicando a urgência com que as partes estão tratando o assunto.

No entanto, o grande ponto de interrogação continua sendo a receptividade do Kremlin. Até o momento, Vladimir Putin não deu nenhuma indicação pública de que está disposto a aceitar os termos em discussão ou a fazer as concessões necessárias para um acordo. A falta de sinal positivo de Moscou mantém um cenário de incerteza sobre o desfecho final das negociações.

O desenvolvimento de um plano de paz com garantias de segurança robustas e vinculantes representa um esforço diplomático sem precedentes desde o início da guerra. O envolvimento direto do Congresso dos EUA busca dar uma solidez institucional ao acordo, na tentativa de assegurar uma paz duradoura na região.