Hugo Motta evita apoiar Lula ou Flávio e analisa cenário para 2026
Motta evita escolher entre Lula e Flávio para 2026

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), optou por não declarar apoio a nenhum dos principais nomes que lideram as pesquisas para a sucessão presidencial de 2026. Em um encontro com jornalistas realizado nesta sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, o parlamentar paraibano evitou se posicionar entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o senador Flávio Bolsonaro.

Neutralidade estratégica do comando da Câmara

Motta justificou sua postura ao destacar o papel institucional que exerce atualmente. Ele afirmou que, como chefe do Poder Legislativo, sua atuação deve ser a menos politizada possível do ponto de vista eleitoral. O objetivo, segundo ele, é garantir imparcialidade na condução dos trabalhos da Casa.

“Minha posição como presidente da Casa, quanto menos politizada do ponto de vista eleitoral ela for, é melhor para que eu possa conduzir a Casa com mais imparcialidade”, explicou o deputado durante um café da manhã com a imprensa. Ele foi além ao fazer uma distinção: “Não é neutralidade. Acho que a política não tem neutralidade, ela exige posicionamento. Tenho buscado não deixar essa questão eleitoral interferir nas decisões que eu tomo”.

Análise do cenário político para 2026

Além de comentar sua própria postura, Hugo Motta fez uma análise sobre a organização das forças políticas para a próxima corrida eleitoral. O presidente da Câmara reconheceu abertamente que a esquerda está muito mais organizada do que a direita em relação à disputa presidencial de 2026.

No entanto, ele projetou uma mudança neste panorama a partir do próximo ano. Motta acredita que os partidos mais alinhados ao bolsonarismo devem começar a desenhar melhor o cenário a partir de janeiro. “A partir daí, os partidos de centro irão tomar as decisões olhando esse cenário”, completou, indicando que o quadro atual ainda está em formação.

Contexto político e alinhamentos

Hugo Motta é conhecido por ser correligionário do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, uma importante figura do campo político de direita. Sua recusa em apontar preferência entre Lula e Flávio Bolsonaro, portanto, chama a atenção no atual momento de definições pré-eleitorais.

A declaração ocorre em um momento em que tanto Lula quanto Flávio Bolsonaro aparecem como os dois pré-candidatos que encabeçam as pesquisas de intenção de voto. A postura de Motta reflete a cautela de um líder institucional em um período de polarização, mas também pode sinalizar a complexidade dos alinhamentos que estão por vir no ciclo eleitoral que se inicia.

A fala do presidente da Câmara serve como um termômetro do ambiente político nacional, mostrando que, apesar da aparente dianteira da esquerda em termos de organização, a direita ainda está no processo de estruturação de sua estratégia para a grande disputa de 2026.