
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi ouvido nesta terça-feira (20) em sessão do Senado para prestar esclarecimentos sobre dois temas delicados: o asilo concedido à ex-primeira-dama do Peru, Lilia Paredes, e a saída de cidadãos venezuelanos da embaixada brasileira em Caracas.
Crise diplomática em foco
O caso da ex-primeira-dama peruana ganhou destaque após o Brasil conceder asilo político a Lilia Paredes, esposa do ex-presidente Pedro Castillo. A decisão gerou tensões nas relações bilaterais com o Peru, cujo governo atual considera Paredes investigada por supostos crimes de corrupção.
Senadores questionam posicionamento
Durante a sessão, senadores de diferentes partidos questionaram Vieira sobre os critérios utilizados para a concessão do asilo. "Precisamos entender se houve análise cuidadosa dos fatos ou se esta decisão pode prejudicar nossa relação com um país vizinho", afirmou um parlamentar da oposição.
Situação na Venezuela
O outro ponto polêmico discutido foi a saída de seis venezuelanos que estavam abrigados na embaixada brasileira em Caracas há mais de um ano. Segundo relatos, eles deixaram o local após pressão do governo Maduro.
Vieira afirmou que o Itamaraty acompanha de perto o caso e garantiu que "todos os procedimentos diplomáticos foram seguidos para proteger os direitos desses indivíduos". No entanto, senadores cobraram mais transparência sobre as circunstâncias da saída.
Debates acalorados
A sessão foi marcada por debates intensos, com parlamentares divididos entre defender a tradição brasileira de acolhida humanitária e questionar possíveis riscos às relações internacionais do país. "O Brasil não pode se tornar refém de governos autoritários", argumentou um senador governista.
Especialistas em política internacional acompanharam atentos os desdobramentos, considerando que os casos testam os limites da diplomacia brasileira em um contexto regional conturbado.