Maduro pede apoio do povo brasileiro e revela diálogo com Trump
Maduro pede apoio do Brasil e confirma conversa com Trump

Em um apelo direto à população, o ditador venezuelano Nicolás Maduro pediu apoio ao povo brasileiro durante um programa de televisão transmitido ao vivo nesta quinta-feira, 4 de dezembro. O líder, que recebeu um boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), fez um discurso inflamado em defesa de seu regime.

O apelo de Maduro e o símbolo do MST

Com o boné vermelho nas mãos, Maduro saudou o movimento brasileiro e dirigiu-se diretamente aos cidadãos do país. "Povo do Brasil, saiam às ruas para apoiar a Venezuela em sua luta pela paz e soberania", exclamou. Ele completou seu discurso com os gritos de "Viva a unidade do povo do Brasil, viva a unidade com o povo venezuelano" e "A vitória nos pertence".

O pedido ocorre em um momento de extrema tensão entre a Venezuela e os Estados Unidos. Apenas nesta quinta-feira, um novo ataque americano no Oceano Pacífico, parte da ofensiva classificada como "guerra às drogas", resultou em mais quatro mortes, elevando o total de vítimas na região para 87.

A confirmação do diálogo com Trump e a pressão por intervenção

Em uma revelação significativa, Maduro confirmou nesta semana que conversou com o presidente americano, Donald Trump, no dia 23 de novembro. O contato, inicialmente reportado pela imprensa dos EUA e confirmado por Trump no último domingo (30), foi descrito pelo venezuelano como cordial. "Posso dizer que a conversa foi em tom de respeito", afirmou Maduro, acrescentando que foi um "diálogo cordial entre o presidente dos EUA e o presidente da Venezuela".

Entretanto, nos bastidores, a situação é de confronto. Marco Rubio, secretário de Estado e uma das vozes mais duras do governo Trump, pressiona por uma intervenção militar para derrubar Maduro do poder. Em resposta, os Estados Unidos realizaram a maior mobilização militar na América Latina em décadas, deslocando um imenso poder de fogo para as águas próximas à Venezuela, incluindo o porta-aviões USS Gerald Ford, o maior navio de guerra do mundo.

Duas frentes: diplomacia ou guerra?

Enquanto mantém a porta aberta para negociações, Trump também ameaça, em breve, ordenar ataques aéreos contra alvos em solo venezuelano – uma ação que equivaleria a uma declaração de guerra formal. Paralelamente, circulam na Casa Branca propostas de um acordo onde o governo americano teria uma participação significativa na indústria de petróleo da Venezuela em troca da permanência de Maduro no poder.

O governo brasileiro, por sua vez, se posicionou de forma cautelosa. Um alto funcionário afirmou que o Brasil não ofereceu asilo a Maduro nem está mediando negociações com os EUA. Segundo essa fonte, o ditador não sinalizou interesse por refúgio ou mediação. Brasília teme que uma ação militar no país vizinho crie um precedente perigoso, abrindo portas para intervenções em outras nações da região, como México e Colômbia.

O cenário, portanto, permanece incerto e volátil, com a Venezuela no centro de um jogo geopolítico de alto risco, que envolve apelos à população brasileira, diálogos surpreendentes e uma iminente ameaça de conflito armado.