O Conselho de Segurança das Nações Unidas realiza nesta segunda-feira, 17 de novembro de 2025, uma votação histórica sobre um projeto de resolução que pode alterar completamente o futuro da Faixa de Gaza. A proposta, apresentada pelos Estados Unidos, baseia-se no plano de paz de 20 pontos do presidente Donald Trump e prevê a criação de um governo temporário para o enclave palestino.
O que propõe a resolução americana
O texto em discussão estabelece a formação de um Conselho de Paz (BoP) que governaria Gaza por um período de dois anos. Segundo informações obtidas pela CNN, este órgão seria composto por líderes internacionais e contaria com o apoio de forças de estabilização e uma polícia palestina treinada pelo Egito.
A Força Internacional de Estabilização (ISF) teria como missão principal garantir o processo de desmilitarização do Hamas e supervisionar a reconstrução da região devastada pelo conflito. A minuta do documento obtida pela emissora americana especifica que a ISF atuaria "em constante contato com o Egito, um mediador da guerra, e Israel".
Rejeições e obstáculos políticos
O plano de Trump já enfrenta resistência significativa de vários lados. O Hamas classificou a proposta como "perigosa" e uma tentativa de submeter Gaza à autoridade internacional. O grupo radical rejeitou categoricamente qualquer desarmamento ou presença militar estrangeira no território.
Do lado israelense, aliados ultradireitistas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ameaçaram deixar a coalizão governamental caso o líder não rejeite contundentemente a possibilidade de fundação de um Estado palestino, mencionada no rascunho mais recente da resolução.
Netanyahu reafirmou no domingo, 16 de novembro, que sua "oposição a um Estado palestino em qualquer território a oeste do rio Jordão permanece válida, existente e não mudou em nada".
Desafios de implementação
A implementação do plano depende de fatores complexos, incluindo a retirada gradual dos soldados israelenses de Gaza, que estaria vinculada a "padrões, marcos e prazos ligados à desmilitarização". Este representa um desafio considerável, já que não há cronograma definido e a iniciativa dependeria da cooperação do Hamas em entregar suas armas.
Há especulações sobre quais países contribuiriam com tropas para a ISF, com Indonésia, Turquia e Egito entre os possíveis participantes, embora nenhuma confirmação oficial tenha sido divulgada.
O destino final da resolução permanece incerto, com a possibilidade de veto por parte de China e Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança com poder de bloquear qualquer decisão.