A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta sexta-feira (19) que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul será adiado. A assinatura, que estava programada para ocorrer no sábado (20), em Foz do Iguaçu, agora está remarcada para janeiro de 2026.
Pedido da Itália força mudança de planos
O motivo para o adiamento foi uma solicitação específica do governo italiano. Von der Leyen explicou aos líderes europeus, em Bruxelas, que a demanda por mais tempo de análise por parte da Itália fez com que não houvesse apoio suficiente dos estados membros para concluir o processo nesta semana. Diante disso, a Comissão entrou em contato com os parceiros do bloco sul-americano e todos concordaram com um breve postponamento.
Confiança na aprovação futura
Apesar do contratempo, a chefe do Executivo da UE se mostrou otimista em relação ao desfecho final. "Estou confiante de que haverá uma maioria suficiente para fechar o acordo", declarou Von der Leyen. Ela acredita que um número adequado de países da União Europeia acabará por apoiar o tratado, permitindo sua ratificação no início do próximo ano.
Reação e cenário em Foz do Iguaçu
A decisão pegou os participantes da cúpula do Mercosul de surpresa, criando um clima de anticlímax no evento que acontecia no Paraná. A expectativa era de que o sábado fosse marcado pela histórica assinatura. Apesar da frustração imediata, assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliaram que o resultado não representa um desastre completo para as negociações.
O acordo entre os dois blocos é considerado um dos maiores do mundo em termos de população e PIB envolvidos, mas enfrenta resistências de alguns setores em ambos os lados do Atlântico, principalmente sobre questões ambientais e de proteção ao setor agrícola. O novo prazo em janeiro será mais um capítulo decisivo nesta longa negociação.
