
A decisão dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa sobre o etanol brasileiro criou um dilema político para a bancada ruralista no Congresso. Enquanto pressionam o governo Lula por respostas mais duras, os parlamentares evitam criticar diretamente o ex-presidente americano Donald Trump, autor da medida protecionista.
O impasse político
A bancada ruralista se vê em uma situação delicada: como justificar cobranças agressivas ao governo brasileiro enquanto mantém silêncio sobre as ações de um aliado político internacional? Fontes do setor revelam que muitos deputados temem prejudicar relações com figuras importantes do Partido Republicano.
Os números que preocupam
- A sobretaxa americana pode reduzir em até 30% as exportações brasileiras de etanol
- O setor movimenta mais de R$ 50 bilhões anuais na economia nacional
- Pelo menos 15 estados brasileiros dependem diretamente da produção de etanol
As reações contraditórias
Enquanto líderes do agronegócio classificam a medida americana como "injusta" e "protecionista", poucos se arriscam a nomear Trump como responsável. "É curioso observar como alguns parlamentares que normalmente defendem o livre mercado agora hesitam em criticar claramente esta barreira comercial", analisa um especialista em comércio exterior.
O governo Lula, por sua vez, busca alternativas diplomáticas para resolver o impasse, mas enfrenta pressão interna para adotar medidas de retaliação. O Ministério das Relações Exteriores já sinalizou que pode recorrer à Organização Mundial do Comércio caso as negociações bilaterais não avancem.