O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou, nesta quarta-feira (17 de dezembro de 2025), a última reunião ministerial do ano na Granja do Torto, em Brasília. Durante o encontro, o chefe do Executivo fez um discurso enfático sobre a necessidade de o governo construir uma comunicação eficaz com a população e definiu o próximo período eleitoral como um marco decisivo.
O desafio da comunicação e a 'hora da verdade'
Lula afirmou que, apesar de considerar o país em uma situação amplamente favorável, essa percepção não se reflete com força nas pesquisas de opinião pública devido à polarização política. Para ele, é fundamental que a equipe de governo estabeleça um discurso bem definido para o processo eleitoral de 2026.
"O ano eleitoral vai ser o ano da verdade", declarou o presidente aos ministros. "Ou seja, nós temos que criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem nesse país, quem faz o quê nesse país, o que aconteceu antes de nós e o que acontece quando nós chegamos ao governo."
Lula expressou sua impressão de que o povo brasileiro ainda não tem plena consciência dos fatos recentes do país. "É importante que a gente tenha noção que nós precisamos fazer com que o povo saiba o que aconteceu nesse país. Eu tenho a impressão que o povo ainda não sabe. Eu tenho a impressão que nós ainda não conseguimos a narrativa correta", completou.
Panorama econômico e articulação política
O presidente também fez um balanço positivo da atuação de sua equipe no Congresso Nacional, destacando a aprovação de medidas de interesse do governo, como a isenção do imposto de renda e a reforma tributária. Ele avaliou que o Brasil vive um momento ímpar do ponto de vista econômico, citando o aumento da capacidade de investimento e financiamento dos bancos públicos.
Reafirmando uma de suas bandeiras, Lula defendeu a política de fazer o dinheiro circular na base da sociedade. "Nós precisamos fazer muito mais, porque a minha teoria é que pouco dinheiro na mão do povo resolve o problema. Não tem macroeconomia, não tem câmbio. Se tiver dinheiro na mão do povo, está resolvido o nosso problema. Está resolvido o problema da industrialização, do consumo, da agricultura, está resolvido o problema da inflação", argumentou.
O presidente também celebrou o que chamou de fim da invisibilidade da população mais pobre. "Nós acabamos com a invisibilidade do povo pobre desse país. Nós acabamos com a invisibilidade de um povo que só era reconhecido em época de eleição", afirmou.
Preparação para as eleições e próximos passos
Em relação ao pleito de 2026, que escolherá presidente da República, governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais, Lula disse que aceitará o afastamento de ministros que desejarem disputar um cargo eletivo ou buscar a reeleição.
Após o discurso de abertura do presidente, outros integrantes do governo também se pronunciaram. O vice-presidente Geraldo Alckmin falou sobre as políticas industriais em desenvolvimento, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apresentou um balanço dos primeiros três anos da gestão.
Estavam previstas ainda as falas dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira; e da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, consolidando a reunião como um momento de avaliação e planejamento para o ano decisivo que se aproxima.