Impunidade de militares alimenta tradição golpista no Brasil, alerta historiador
Impunidade militar perpetua tradição golpista no Brasil

Um renomado historiador brasileiro alerta que a impunidade histórica de militares envolvidos em ações golpistas criou uma perigosa tradição antidemocrática no país. Em análise contundente, o especialista traça paralelos entre eventos do passado e ameaças contemporâneas às instituições democráticas.

Raízes de uma cultura golpista

Segundo o historiador, desde o período colonial até os dias atuais, setores das Forças Armadas brasileiras agiram contra a ordem constitucional sem enfrentar consequências significativas. "A ausência de accountability cria um ciclo vicioso", afirma o especialista.

Principais momentos históricos:

  • Participação militar no golpe de 1889 que derrubou a monarquia
  • Envolvimento ativo no Estado Novo de Vargas
  • Liderança do golpe militar de 1964
  • Falta de punição efetiva após a redemocratização

Impactos na democracia contemporânea

O acadêmico destaca que essa cultura de impunidade facilitou eventos recentes como os ataques às instituições em 8 de janeiro de 2023. "Quando agentes públicos não são devidamente responsabilizados, a mensagem que passa é de que certas ações são toleráveis", explica.

O estudo revela ainda como a narrativa de "intervenção salvadora" foi construída ao longo do tempo, criando um imaginário perigoso entre setores militares e civis.

Desafios para o futuro

Para romper esse ciclo, o historiador defende:

  1. Reforma profunda no sistema de Justiça Militar
  2. Revisão histórica crítica nos currículos das academias militares
  3. Fortalecimento dos mecanismos de controle civil sobre as Forças Armadas
  4. Processos de memória, verdade e justiça sobre períodos autoritários

"Sem enfrentar esse passado, o Brasil continuará vulnerável a novas ameaças golpistas", conclui o especialista, alertando para os riscos à frágil democracia brasileira.