
Em revelações surpreendentes, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que Jair Bolsonaro estava preparado para reconhecer a derrota nas eleições de 2022 e entregar o comando do país a Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Mourão, o então presidente havia aceitado o resultado das urnas e iniciado os preparativos para a transição de governo. No entanto, uma forte pressão de aliados próximos teria feito Bolsonaro mudar de posição.
Os bastidores da decisão
Mourão detalhou que, logo após a confirmação dos resultados pelo TSE, Bolsonaro demonstrou disposição para seguir os protocolos democráticos. "Ele estava pronto para fazer a transição", afirmou o ex-vice-presidente.
Entretanto, nos dias seguintes, um grupo de assessores e políticos aliados começou a questionar a legitimidade das eleções, criando um ambiente de tensão que culminou no adiamento do reconhecimento público dos resultados.
A mudança de postura
De acordo com as declarações, foi apenas após intensas negociações internas que Bolsonaro decidiu por não contestar oficialmente o processo eleitoral, embora tenha evitado um discurso claro de reconhecimento da vitória de Lula.
Mourão destacou que essa ambivalência criou um clima de incerteza no país, que só foi resolvido com a transição de governo em janeiro de 2023.
Impactos na democracia brasileira
Analistas políticos avaliam que esse episódio revela as tensões dentro do governo Bolsonaro em seu momento mais crítico. A hesitação em reconhecer os resultados, seguida pela pressão para manter uma postura de questionamento, teria contribuído para a polarização política que marcou o período.
As declarações de Mourão jogam nova luz sobre um dos capítulos mais conturbados da recente história política brasileira, oferecendo insights valiosos sobre o funcionamento do núcleo decisório do governo anterior.