A expedição "Banzeiro da Esperança" completou com sucesso sua jornada fluvial de quatro dias pelo Rio Amazonas, chegando a Belém neste sábado (8). A embarcação, que partiu de Manaus com cerca de 200 participantes, tem como objetivo principal levar as vozes dos povos da floresta para a COP30.
Trajeto e atividades da expedição
O percurso começou no Mirante Lúcia Almeida, em Manaus, e seguiu pelo rio Amazonas com uma programação intensa de atividades. Durante a navegação, o grupo realizou rodas de conversa, apresentações culturais e encontros públicos em diversas comunidades e cidades amazônicas.
Um dos momentos mais marcantes ocorreu em Parintins, onde a embarcação foi recebida pelos tradicionais bois Caprichoso e Garantido em um espetáculo especial no porto da cidade. A recepção simbolizou a união entre a expedição e as manifestações culturais locais.
Carta da Amazônia: documento de reivindicações
Durante a viagem, os participantes trabalharam na elaboração da "Carta da Amazônia", um documento que reúne reivindicações e orientações baseadas nas experiências de quem vive na região. A carta será finalizada e apresentada à comitiva ainda neste sábado.
Entre as principais propostas do documento estão:
- Políticas de proteção territorial
- Fortalecimento dos povos tradicionais
- Incentivo a tecnologias sustentáveis
- Preservação da biodiversidade
Virgílio Viana, superintendente geral da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), destacou que "essa carta representa uma amostra da Amazônia e traz a visão de como podemos manter acesa a chama da esperança".
Programação aberta ao público em Belém
Com a chegada a Belém, o barco está ancorado na Estação das Docas e será aberto ao público a partir deste domingo (9). A programação inclui diversas atividades culturais e educativas durante todo o período da COP30.
Entre as atrações confirmadas estão:
- Oficinas temáticas
- Debates sobre questões ambientais
- Shows musicais
- Apresentações de circo e dança
A expedição também contou com manifestações artísticas durante o trajeto, incluindo a participação do poeta e músico Celdo Braga, que levou poesia, música e bioinstrumentos criados por ele, reforçando a arte como expressão de memória, identidade e resistência na região.
O Banzeiro da Esperança reúne lideranças indígenas, ribeirinhas, representantes de movimentos sociais, artistas, pesquisadores e comunicadores, todos unidos pelo objetivo comum de garantir que as decisões sobre o futuro climático incluam a participação direta dos povos da Amazônia.