Um ataque com drones russos atingiu a capital da Ucrânia, Kiev, durante a madrugada deste sábado, deixando pelo menos onze pessoas feridas. A ofensiva também provocou incêndios e interrompeu o fornecimento de aquecimento para uma parte significativa da cidade, em um momento de temperaturas congelantes.
Detalhes do ataque e situação das vítimas
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, foi quem divulgou as informações sobre o ataque através da rede social Telegram. Onze pessoas ficaram feridas em decorrência da ofensiva. Destas, oito precisaram ser hospitalizadas em unidades médicas da capital, enquanto as outras três receberam atendimento no local do incidente ou de forma ambulatorial.
Klitschko já havia alertado a população sobre o ataque na noite de sexta-feira, 26 de dezembro. Por volta das 23h36, ele publicou um alerta urgente: “Explosões na capital. As forças de defesa aérea estão em ação. Procurem abrigo!”.
Destruição e consequências imediatas
O ataque causou sérios danos à infraestrutura da cidade. Segundo o prefeito, vários bairros de Kiev registraram incêndios que continuavam ativos após os impactos dos drones. Imagens divulgadas pelos serviços de emergência ucranianos mostram chamas consumindo edifícios na capital.
Nas redes sociais, vídeos que começaram a circular capturam momentos do ataque. Em uma das gravações, é possível ver um drone colidindo diretamente com um prédio aparentemente residencial, causando uma grande explosão. Outros registros mostram as consequências diretas: edifícios destruídos nos pontos de impacto e grandes incêndios consumindo os escombros.
Até o momento, as autoridades ucranianas não confirmaram nenhuma morte em decorrência deste ataque específico.
Falta de aquecimento em pleno inverno rigoroso
Além dos feridos e da destruição, a ofensiva russa trouxe um problema crítico para os moradores de Kiev: a falta de energia e aquecimento. Vitali Klitschko informou que, como consequência do ataque, quase um terço da capital está atualmente sem aquecimento.
A situação é especialmente grave devido às condições climáticas. As temperaturas em Kiev estão abaixo de zero, com previsão de neve. O prefeito também mencionou a falta de eletricidade em algumas áreas da margem esquerda da cidade e afirmou que equipes técnicas já estão trabalhando para restabelecer o fornecimento de energia o mais rápido possível.
Ofensiva ocorre na véspera de reunião crucial
Esta nova onda de ataques acontece em um momento geopoliticamente sensível. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão marcados para se reunir no domingo, na Flórida.
Segundo Zelensky, o objetivo do encontro é “finalizar o máximo possível” do acordo de paz entre Kiev e Moscou. O plano, elaborado em conjunto por Ucrânia e Estados Unidos, estaria “90% pronto”. A ideia central da discussão com Trump será definir como os aliados da Ucrânia podem garantir a segurança futura do país.
O documento preliminar do plano de paz prevê o “congelamento” das atuais linhas de frente do conflito. No entanto, ele não apresenta uma solução clara para os territórios ucranianos que estão sob ocupação russa – aproximadamente 19% do país desde a invasão iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Vale notar que a versão original da proposta norte-americana incluía duas exigências do governo russo que foram retiradas da nova formulação. A Rússia, liderada por Vladimir Putin, exige a retirada das forças ucranianas das áreas do Donbass ainda controladas por Kiev e um compromisso juridicamente vinculante de que a Ucrânia nunca fará parte da OTAN.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou que Moscou ainda está “formulando sua posição” sobre o plano e se recusou a comentar detalhes. Já a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que os avanços em direção ao fim da guerra têm sido “lentos, mas constantes”.