A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (13/11/2025) o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, acusado de comandar um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que utilizava empresas de fachada para receber propinas milionárias.
Esquema milionário com empresas de fachada
De acordo com as investigações, Stefanutto recebia valores que chegavam a R$ 250 mil por mês em propina quando assumiu a presidência do INSS em 2023. O esquema criminoso teria começado em 2017, quando ele ainda era procurador-geral da autarquia.
A PF identificou que quatro empresas serviram como fachada para lavar o dinheiro ilícito:
- Stelo Advogados e Associados
- Delícia Italiana Pizzas Ltda
- Moinho Imobiliária Ltda
- Sanchez Salvadore Sociedade de Advogados
As investigações revelaram que o escritório Stelo Advogados, do sócio Gilmar Stelo, recebeu oito transferências da Santos Consultoria e Assessoria Ltda entre março e outubro de 2023, totalizando R$ 900 mil.
Conafer como centro do esquema criminoso
O esquema de corrupção estava vinculado à Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). Segundo a Polícia Federal, Stefanutto utilizou sua influência na alta administração pública para garantir a continuidade de uma fraude em massa que gerou R$ 708 milhões em receita ilícita.
"O pagamento de valores indevidos aos altos gestores do INSS era necessário porque, sem o apoio deles, seria impossível continuar com uma fraude de tamanha magnitude", afirmou a PF em seu relatório.
As investigações apontam que o esquema afetou mais de 600 mil vítimas e gerou milhares de reclamações judiciais e administrativas.
Estrutura da organização criminosa
A Polícia Federal descreveu uma complexa rede criminosa com papéis bem definidos:
Gilmar Stelo atuava como intermediário financeiro e jurídico dentro do esquema, servindo de ponte entre o núcleo administrativo do INSS e o núcleo operacional da Conafer.
Carlos Roberto Ferreira Lopes foi identificado como o líder do núcleo de comando do esquema da Conafer, responsável pela orientação das fraudes e articulação política. Ele também foi alvo de mandado de prisão preventiva nesta quinta-feira.
Cícero Marcelino atuava como operador financeiro do esquema, utilizando a empresa Santos Consultoria para o pagamento das propinas.
As investigações continuam em andamento e a PF já executa novos mandados para desarticular completamente a organização criminosa.