Hamas e Jihad Islâmica devolvem mais um corpo de refém israelense
Hamas devolve corpo de refém israelense em Gaza

As forças de segurança de Israel receberam nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025, o corpo de mais um refém devolvido pelo Hamas e pela Jihad Islâmica Palestina. A entrega foi realizada através da Cruz Vermelha como parte do frágil acordo de cessar-fogo que vigora na Faixa de Gaza há quase dois meses.

Análise forense para identificação

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que os restos mortais serão submetidos a análise forense para confirmação da identidade. Tel Aviv ainda não confirmou se o material pertence a um dos três reféns que continuavam no enclave palestino.

Segundo a Jihad Islâmica Palestina, os restos mortais foram encontrados no início desta semana em Nuseirat, um campo de refugiados localizado no centro de Gaza. Esta descoberta representa mais um passo no delicado processo de repatriação que tem marcado o período de trégua.

Balanço das devoluções

Desde o início do cessar-fogo, os combatentes palestinos já devolveram 25 corpos de reféns israelenses. Em contrapartida, Israel repatriou 330 corpos de palestinos, sendo que a maior parte ainda aguarda identificação.

O governo israelense mantém pressão sobre os grupos palestinos para acelerar o processo de entrega dos restos mortais e ameaça retomar operações militares caso todos os reféns mortos não sejam localizados. O Hamas, por sua vez, alega não ter conseguido recuperar parte dos corpos, que estariam soterrados sob os escombros de edifícios bombardeados durante a ofensiva israelense dos últimos dois anos.

Desafios na identificação

Do lado palestino, as autoridades enfrentam dificuldades significativas para identificar os corpos recebidos devido à falta de kits para testes de DNA. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, apenas 95 palestinos repatriados foram identificados até o momento.

Enquanto isso, a crise humanitária no enclave persiste de forma alarmante. Chuvas intensas e suprimentos insuficientes dificultam a vida de aproximadamente 2 milhões de deslocados. As Nações Unidas emitiram alertas sobre a escassez crítica de alimentos, itens de inverno e equipamentos básicos, solicitando que Israel flexibilize a entrada de ajuda humanitária no território.

Violência pontual continua

Apesar da interrupção dos combates diários, ataques pontuais continuam ocorrendo. O Ministério da Saúde de Gaza registrou 345 palestinos mortos desde o início da trégua, incluindo três óbitos registrados nesta terça-feira em Khan Younis.

Israel justificou o episódio mais recente afirmando ter neutralizado "três terroristas" que teriam cruzado a chamada "linha amarela", que separa áreas controladas pelo Hamas e forças israelenses. Na segunda-feira, mais quatro mortes foram registradas na Cidade de Gaza e em Beni Suaila.

Contexto histórico do conflito

Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 - que resultou em 1.200 mortos e mais de 250 sequestrados - o ministério de Gaza contabiliza 69.775 mortos e 170.863 feridos na ofensiva israelense. Especialistas independentes consideram esses números geralmente confiáveis, embora o órgão não diferencie civis de combatentes.

Força internacional de estabilização

Enquanto cresce a pressão por avanços na trégua, progride também o planejamento da chamada força internacional de estabilização de Gaza (ISF), aprovada na semana passada pelo Conselho de Segurança da ONU.

A Indonésia afirmou nesta terça-feira estar pronta para enviar soldados, aguardando apenas ordem formal do presidente Prabowo Subianto. Segundo o chefe das Forças Armadas, general Agus Subianto, o contingente pode incluir batalhões de engenharia, equipes médicas, apoio mecanizado, navios-hospital e aeronaves militares.

O plano, idealizado pelos Estados Unidos, prevê ainda uma autoridade de transição supervisionada pelo próprio presidente Donald Trump, bem como a abertura de um "caminho" para discussões sobre um futuro Estado palestino.