As forças dos Estados Unidos realizaram seu vigésimo ataque a embarcações suspeitas no Caribe e Pacífico, elevando para 76 o número total de mortos nessas operações militares. O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, nesta segunda-feira, 10 de novembro de 2025.
Detalhes dos ataques mais recentes
De acordo com Hegseth, os bombardeios ocorreram no domingo, 9 de novembro, no Leste do Pacífico. Dois navios foram atingidos em águas internacionais, resultando na morte de seis pessoas descritas como "narcoterroristas" pelo governo americano.
Em publicação no X (antigo Twitter), o secretário de Defesa afirmou que a Inteligência dos EUA tinha informações de que "essas embarcações estavam associadas ao contrabando de narcóticos" e pertenciam a Organizações Terroristas Designadas. Segundo ele, havia três homens a bordo de cada navio, e todos foram mortos nos ataques.
Contexto político e militar
Os incidentes ocorrem em meio a uma crescente mobilização militar americana na América Latina. Cerca de 6.500 soldados foram enviados para a região, acompanhados de destróieres com mísseis guiados, caças F-35 e um submarino nuclear.
A situação tem gerado tensões diplomáticas, especialmente com a Venezuela. O presidente Donald Trump revelou recentemente que autorizou a CIA a conduzir operações secretas dentro do território venezuelano, aumentando as especulações sobre um possível intento de derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura.
Controvérsias e críticas internacionais
As operações americanas têm sido alvo de críticas por parte de organizações internacionais. A ONU classificou os ataques como "execuções extrajudiciais" e questiona a justificativa apresentada pelo governo Trump.
Dados do Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 indicam que o fentanil - principal responsável pelas overdoses nos EUA - tem origem no México, e não na Venezuela. O documento também aponta que a cocaína consumida pelos americanos vem majoritariamente da Colômbia, Bolívia e Peru.
Juristas e legisladores democratas nos EUA denunciaram os casos como violações do direito internacional, enquanto o governo Trump defende a legitimidade das ações argumentando que o país já está em guerra com grupos narcoterroristas.