
Quem nunca ouviu aquela história do estudante que se formou e levou anos para quitar o FIES? Pois é, o programa que facilita o acesso ao ensino superior pode se transformar numa bola de neve — mas calma, não é preciso entrar em pânico. Um especialista em educação financeira acaba de soltar o verbo: planejar é a chave para não virar refém das parcelas.
E olha que a coisa é séria. Com a inflação dando sopa e o mercado de trabalho oscilando que nem rede de pescador, quem pega empréstimo estudantil sem calcular direitinho pode se ver num aperto danado lá na frente. "É como comprar um carro sem ver o preço do seguro", compara o analista financeiro Ricardo Almeida, que já viu casos de gente pagando até 40% do salário só no FIES.
O pulo do gato
Mas afinal, como fugir dessa roubada? A receita não é exatamente novidade, mas muita gente teima em ignorar:
- Simule todas as parcelas antes de assinar qualquer papel — sim, até aquelas que só vão chegar depois da formatura
- Reserve um tempinho pra entender os juros (sim, eles existem, e não são poucos)
- Já vai separando uma grana durante a faculdade, nem que seja o troco do cafezinho
"O maior erro é achar que o 'eu do futuro' vai ganhar bem e resolver tudo", dispara Almeida, com aquele tom de quem já viu o filme se repetir. E ele tem um ponto: pesquisa recente mostra que 6 em cada 10 calouros não fazem a menor ideia de quanto vão pagar depois de formados.
E quando a conta não fecha?
Aí, meu amigo, o buraco é mais embaixo. Algumas instituições oferecem planos de amortização — mas convenhamos, ninguém quer começar a vida profissional já no vermelho. A dica de ouro? Converse com ex-alunos do seu curso. Eles sabem na pele se o investimento valeu a pena.
Ah, e não caia no conto do "depois a gente vê". Uma amiga minha (vou chamar de Carol pra não expor) achou que daria conta e hoje trabalha em dois empregos só pra pagar as prestações. "Parece que comprei um diploma a prestação eterna", brinca ela, sem graça nenhuma na voz.
No fim das contas, o FIES pode ser um trampolim ou uma âncora — tudo depende de como você mexe nas peças desse tabuleiro financeiro. Como diria meu avô: "De grão em grão, o peru enche o papo... ou quebra o bico".