
Pois é, parece que o futuro financeiro dos jovens mato-grossenses não está nada cor-de-rosa. Dados recentes da Serasa revelam uma tendência preocupante: a geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) lidera com folga o número de renegociações de dívidas no estado. E não é por pouco – estamos falando de um crescimento impressionante de 36% só no primeiro semestre de 2025.
Enquanto a economia gira e o agronegócio bate recordes, por que será que nossos jovens estão nadando em dividas? A resposta, meus amigos, é mais complexa do que parece.
Os números que assustam
Parece brincadeira, mas não é. Enquanto outras faixas etárias até reduziram suas renegociações, a galera entre 18 e 24 anos fez o caminho completamente inverso. E olha que estamos falando de Mato Grosso, um estado que respira prosperidade através do agronegócio.
Os baby boomers, aqueles com 60 anos ou mais, apresentaram queda de 8%. A geração X (45 a 59 anos) recuou 3%. Até os millennials (25 a 44 anos) diminuíram em 2%. Mas a Z? Essa disparou como foguete em noite de São João.
Mas afinal, o que está acontecendo?
Conversando com especialistas, a história começa a fazer sentido. A combinação é praticamente explosiva: primeiro emprego com salários que não acompanham o custo de vida, facilidade absurda de crédito (afinal, quem nunca recebeu dez offers de cartão por dia?) e, vamos combinar, uma certa pressão social que não existia nas gerações anteriores.
“Ah, mas jovens sempre foram impulsivos” – pode até ser, mas o contexto atual é diferente. As tentações do consumo estão a um clique de distância, e a educação financeira? Bem, essa continua sendo uma disciplina rara nas escolas e lares brasileiros.
O perfil das dívidas
Não são apenas carnês de lojas ou parcelas do celular. O problema é bem mais diversificado:
- Cartão de crédito (óbvio, mas sempre o vilão principal)
- Empréstimos pessoais (aquelas promessas milagrosas de apps)
- Contas básicas atrasadas (luz, água, internet)
- Financiamentos estudantis (sim, a educação também pesa no bolso)
E tem mais: muitos desses jovens são os primeiros das famílias a acessarem o ensino superior, o que significa assumir custos que seus pais nunca enfrentaram.
Será que tem solução?
Alguns especialistas defendem que o problema não é falta de renda, mas sim de orientação. Outros acham que o sistema é que está podre, oferecendo crédito fácil para quem mal começou a vida adulta. A verdade provavelmente está no meio-termo.
Uma coisa é certa: ignorar esse problema é cavar uma crise financeira ainda maior para os próximos anos. Esses jovens são o futuro econômico do estado – e do país.
Enquanto isso, as campanhas de renegociação seguem bombando, com descontos que chegam a 90% do valor original. Alívio imediato? Sem dúvida. Solução definitiva? Difícil acreditar.