
Imagine acordar um dia e perceber que suas contas estão sob controle, que você tem uma reserva para emergências e que o futuro não parece mais um labirinto de incertezas. Foi essa sensação de alívio — quase como tirar um peso das costas — que dominou o painel sobre educação financeira realizado em Itapema nesta segunda-feira (12).
Não é sorte, é estratégia
O evento, que lotou o auditório municipal, mostrou que dinheiro não some por acaso — ele escorre pelos dedos de quem não presta atenção. "A gente acha que vai ganhar mais amanhã e gasta hoje como se não houvesse amanhã", brincou um dos palestrantes, arrancando risos de reconhecimento da plateia.
Mas o tom ficou sério rápido. Dados apresentados revelaram que:
- 6 em cada 10 brasileiros não acompanham seus gastos mensais
- Apenas 28% da população tem reserva para 3 meses de despesas
- Dívidas do cartão de crédito cresceram 45% no último ano
O segredo? Começar pequeno
"Não adianta querer mudar tudo de uma vez", alertou a consultora financeira Maria Silva, que parecia ter a paciência de quem já viu muita gente desistir no meio do caminho. Ela recomenda:
- Anote todos os gastos por um mês — até aquele cafezinho
- Identifique pelo menos um "vazamento" para cortar
- Separe 10% do que ganha antes de pagar qualquer conta
Parece simples, né? Mas quem já tentou sabe que é como começar a malhar em janeiro — a motivação some junto com o décimo biscoito recheado. A diferença, segundo os especialistas, está na persistência.
Itapema dando o exemplo
A cidade, conhecida pelas praias paradisíacas, está se tornando referência em educação financeira. Projetos locais já alcançaram:
- + de 2.000 pessoas capacitadas
- Redução de 30% nos pedidos de refinanciamento
- 5 escolas com programa de finanças para adolescentes
"Quando a gente entende que cada real conta, tudo muda", refletiu João Santos, comerciante que participou do evento. Ele contou como quase perdeu o negócio na pandemia — e como aprender a planejar salvou sua loja e sua sanidade mental.
No final, a mensagem era clara: dinheiro não compra felicidade, mas a falta dele certamente traz infelicidade. E em Itapema, pelo menos, parece que a galera está começando a entender o recado.