UNEAL Faz História com Colação de Grau Inédita para Professores Indígenas em Alagoas
UNEAL forma primeira turma de professores indígenas de Alagoas

Era mais do que uma simples formatura — era o sopro de esperança que as comunidades tanto aguardavam. Na última sexta-feira, a Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) protagonizou um daqueles momentos que ficam gravados na memória coletiva: a primeira colação de grau exclusiva para professores indígenas do estado.

Trinta e oito guerreiros e guerreiras do conhecimento, representantes dos povos Kariri-Xocó, Karapotó, Katokinn, Kalankó, Koiupanká, Geripankó, Wassu-Cocal, Tingui Botó, Xukuru Kariri, Jenipapo Kanindé e Truká, finalmente colaram grau. Que vitória, hein?

Mais que diplomas: a conquista de um sonho coletivo

O auditório estava eletrizante — e não era pra menos. Cada beca carregava histórias de resistência, cada capelo simbolizava a coroa de uma luta ancestral. A sensação era de que, ali, a história da educação alagoana estava sendo reescrita com letras indeléveis.

O reitor Odilon Máximo não disfarçava o orgulho. "É uma honra imensurável", confessou, com a voz embargada. "Estamos plantando sementes que vão transformar realidades inteiras." E como vão!

O caminho até aqui: muito mais que uma graduação

O curso de Licenciatura Intercultural Indígena não foi pensado numa sala fechada da reitoria — longe disso. Nasceu do chão das aldeias, dos anseios das lideranças, da necessidade premente de ter educadores que entendessem a alma de seu povo.

Foram quatro anos de uma jornada intensa. Matérias tradicionais sim, mas entrelaçadas com saberes ancestrais, com a riqueza das línguas originárias, com cosmovisões que a academia convencional insiste em ignorar. Uma verdadeira revolução pedagógica!

O impacto prático: educação que resgata e fortalece

Agora vem o melhor: esses novos professores não vão lecionar qualquer conteúdo genérico. Eles estão preparados para uma educação diferenciada — aquela que valoriza as tradições, que fortalece identidades, que ensina as crianças a terem orgulho de suas raízes.

Imagina só o poder transformador disso? Crianças indígenas aprendendo sua própria história, sua cultura, sua língua, com professores que vivem essa realidade. É de emocionar qualquer um.

O secretário estadual de Educação, Ricardo Lêdo, não poupou elogios: "É a materialização de uma dívida histórica que estamos finalmente saldando". E ainda bem!

O futuro que se desenha: promissor e desafiador

Claro que os desafios continuam enormes — ninguém aqui é ingênuo. Mas com 38 novos professores indígenas qualificados, a educação nas aldeias alagoanas nunca mais será a mesma.

É como se uma porta secular tivesse sido finalmente arrombada. E do outro lado, um horizonte de possibilidades infinitas para as próximas gerações. Que venham muitas outras colações como esta!