
Imagine comemorar seu aniversário de casamento em terras espanholas e, de repente, se ver preso num pesadelo logístico a milhares de quilômetros de casa. Foi exatamente isso que aconteceu com um grupo de brasileiros do interior paulista - e a situação, francamente, está de cair o queixo.
Na terça-feira, 14 de outubro, o que deveria ser apenas uma escala rotineira no Aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas se transformou num verdadeiro calvário. A Iberia simplesmente cancelou voos a torto e a direito, deixando dezenas de passageiros completamente à deriva. E olha, a coisa ficou feia.
Histórias que parecem roteiro de filme
Uma professora de Garça, no interior de SP, tinha tudo planejado para comemorar 25 anos de casada. "É uma data especial, sabe? A gente economizou, planejou cada detalhe... e agora isso", desabafa ela, com a voz embargada. O casal já perdeu compromissos de trabalho e não tem ideia de quando conseguirá voltar.
E não para por aí. Um jovem de Bauru viajou para encontrar a família depois de dois anos longe. "Minha mãe fez meu bolo favorito, comprou tudo pra festa... e eu perdi meu próprio aniversário", conta ele, entre frustrado e desolado. A situação é tão surreal que parece piada de mau gosto.
O desespero toma conta
O aeroporto virou um cenário de caos total. Gente dormindo no chão, mães com crianças chorando, idosos completamente perdidos. A companhia aérea? Segundo os passageiros, sumiu do mapa. Nada de informações claras, muito menos de assistência decente.
"É cada um por si aqui", relata uma aposentada de Marília. "A gente se vira como pode, gasta o que não tem em hotel e comida, e torce para não acabar o dinheiro."
E o prejuízo?
Ah, isso é capítulo à parte. Tem gente que já desembolsou mais de R$ 2 mil só em hospedagem de emergência - fora alimentação e transportes. E o pior: sem qualquer perspectiva de reembolso. É dinheiro que some do orçamento familiar como se fosse fumaça.
Os grupos de WhatsApp dos passageiros viraram um misto de desabafo coletivo e central de informações improvisada. Todo mundo compartilha dicas, reclamações e, principalmente, uma angústia que só aumenta a cada hora que passa.
E agora, José?
Enquanto isso, a Iberia segue um silêncio ensurdecedor. Nada de explicações convincentes, muito menos de soluções práticas. Os brasileiros, é claro, não pretendem ficar quietos. Já falam em acionar o Procon e processar a empresa por todos os transtornos.
O consulado brasileiro em Madri foi acionado, mas a ajuda - se é que chega - parece demorar mais que voo com escala no fim do mundo. Enquanto isso, nossos conterrâneos seguem nessa sina, contando os minutos para poder, finalmente, colocar os pés em solo brasileiro.
Uma coisa é certa: depois dessa experiência, tenho certeza que ninguém vai olhar para uma passagem da Iberia com os mesmos olhos. É para pensar bem antes de fechar qualquer pacote, não é mesmo?