Marinho ataca Haddad e celebra fim de descontos em aposentadorias rurais
Marinho critica Haddad e celebra fim de descontos rurais

O senador Rogério Marinho (PL-RN) protagonizou um embate político ao rebater com ironia as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista ao programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal. O líder da oposição não poupou críticas ao governo Lula e celebrou o que chamou de vitória histórica com a aprovação do projeto que extingue os descontos associativos automáticos em benefícios previdenciários rurais.

Confronto político: Marinho versus Haddad

A entrevista, realizada em 13 de novembro de 2025, começou com um ataque direto ao ministro da Fazenda. Marinho reagiu às declarações de Haddad, que havia criticado o deputado Guilherme Derrite, relator do projeto antifacção, por não entender de crime nem de investigação.

Vindo do Haddad, é uma piada pronta, disparou o senador. Ele hoje é ministro da Fazenda e diz que não entende de economia.

O comentário estabeleceu um tom de confronto que permeou toda a conversa, reforçando a estratégia da oposição de manter o governo na defensiva em temas sensíveis, especialmente aqueles que envolvem a base sindical e o histórico petista.

Fim dos descontos: vitória para aposentados rurais

Marinho dedicou parte significativa da entrevista a celebrar a aprovação do projeto que acaba com os descontos associativos automáticos em benefícios previdenciários. Segundo o parlamentar, essa prática existia há quase três décadas e servia como fonte de financiamento para sindicatos ligados à CUT e ao PT.

O senador afirmou que os aposentados rurais foram espoliados por 30 anos, graças a uma estrutura que permitia a sindicatos emitir declarações de tempo de trabalho no campo - documento fundamental para concessão de benefícios previdenciários.

Esse pessoal tomou literalmente dinheiro dos aposentados rurais por todo o Brasil, denunciou Marinho.

Ele lembrou que o governo Bolsonaro já havia desmontado parte desse esquema ao transferir a certificação para o CNIS e reduzir o poder cartorário dessas entidades. No entanto, segundo o senador, o problema explodiu novamente na gestão Lula.

Números alarmantes justificam mudança

Marinho apresentou dados que mostram uma escalada geométrica do problema:

  • O número de aposentados com descontos associativos saltou de 2,7 milhões no final de 2022 para 7,4 milhões em meados de 2025
  • As reclamações registradas saíram da faixa de 40 a 50 mil por ano para 1,5 milhão ao final de 2024

Não tem joio e trigo. Só tem joio, afirmou o senador. Sindicatos e associações picaretas se irmanaram e se especializaram em roubar aposentados.

Impacto político e social da medida

Para Marinho, o projeto aprovado fecha o ralo da corrupção e representa uma grande vitória para o Brasil. O parlamentar enfatizou que a medida beneficia diretamente os aposentados rurais, que terão seus rendimentos preservados de cobranças indevidas.

Ao amarrar o tema a uma crítica direta ao ministro Haddad, o líder da oposição reforça a estratégia de pressionar o governo em áreas sensíveis. Marinho resumiu sua visão sobre a postura governamental:

Enquanto o ministro da Fazenda tenta desqualificar quem entende de segurança pública, o país assiste ao aumento de reclamações e à volta de velhas práticas que prejudicam quem mais precisa.

A entrevista deixou claro que o tema dos descontos associativos nas aposentadorias rurais continuará sendo um ponto de atrito entre governo e oposição, com impactos diretos na vida de milhões de brasileiros.