Eis que o governo finalmente mostra suas cartas para o ano que vem. E, convenhamos, não são números modestos que estamos vendo aqui — estamos falando de nada menos que R$ 855 bilhões em investimentos previstos para 2026. Uma grana preta, literalmente.
Mas calma lá que a coisa não é tão simples quanto jogar um monte de zeros no papel. Esse valor, que já está sacramentado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), representa o piso mínimo que o governo se compromete a aplicar no próximo ano. Ou seja: pode até ser mais, mas menos que isso? Nem pensar.
De onde vem essa grana toda?
Boa pergunta. A maior fatia desse bolo — uns R$ 769 bilhões, para ser exato — vem dos chamados "recursos vinculados". Traduzindo: é dinheiro que já tem dono certo por força de lei, destinado a áreas específicas como saúde e educação. O governo não pode simplesmente pegar e gastar com outra coisa.
Já o restante, aproximadamente R$ 86 bilhões, são recursos não vinculados. Essa parte é mais flexível e depende — adivinhem — da arrecadação do governo. Se a economia der uma espirrada, esse valor pode mudar.
E tem mais um detalhe importante...
O Ministério do Planejamento já adiantou que vai incluir no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) uma previsão adicional de R$ 45,6 bilhões em emendas parlamentares. Porque, vamos combinar, política também é sobre negociar, não é?
Ah, e tem outra coisa: desses R$ 855 bilhões, cerca de R$ 43,5 bilhões são "restos a pagar" de anos anteriores. Dinheiro que já foi autorizado mas ainda não saiu do cofre.
O que significa tudo isso na prática?
Bem, se você está esperando uma lista bonitinha de onde cada centavo vai ser gasto, vai ter que esperar um pouco mais. O projeto de lei orçamentária ainda está sendo costurado nos bastidores e deve ser enviado ao Congresso Nacional só em setembro.
Mas uma coisa é certa: o governo está mandando um sinal claro de que pretende manter o pé no acelerador dos investimentos. Num momento em que todo mundo fica de olho nas contas públicas, definir um piso tão expressivo é — no mínimo — um movimento ousado.
Resta saber se o Congresso vai abraçar a proposta sem mudanças significativas. Porque, entre nós, orçamento no Brasil sempre acaba virando uma partida de xadrez onde cada movimento precisa ser calculado.
Enquanto isso, os mercados e analistas econômicos já começam a dissecar os números. Afinal, R$ 855 bilhões não são brincadeira — é dinheiro que pode fazer a economia girar ou... bem, você sabe como essas coisas podem ser imprevisíveis.
