Lira enterra compensação a estados e municípios: desoneração do IR não será reposta
Lira enterra compensação por desoneração do IR

E aí, o que parecia ser uma luz no fim do túnel para governadores e prefeitos simplesmente se apagou. Na tarde desta terça-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, deu um corte seco numa proposta que tentava amenizar o baque que estados e municípios vão levar com a desoneração da folha de pagamentos.

Pois é, a emenda — que vinha sendo articulada nos bastidores — pretendia criar um mecanismo de compensação para essas perdas. Mas Lira não quis nem saber. Na verdade, ele foi direto ao ponto: "Não há espaço fiscal para isso". Fechou a porteira.

O jogo de xadrez político

O que muita gente não percebe é que essa decisão não veio do nada. O governo federal, através do ministro Fernando Haddad, já tinha deixado claro que não apoiava a ideia. Haddad, sabiamente, lembra que já existe uma transição em andamento — aquela PEC que estabelece um período de adaptação até 2027.

Mas os estados, coitados, argumentam que o bicho vai pegar. Eles projetam um rombo de nada menos que R$ 17 bilhões só em 2026. É dinheiro que some dos cofres públicos num piscar de olhos.

E agora, José?

Sem a compensação, a conta vai ficar pesada para os entes federativos. E adivinha quem pode acabar pagando o pato? Nós, contribuintes. É aquela velha história: quando o dinheiro aperta de um lado, o governo precisa apertar de outro — ou cortar serviços essenciais.

O pano de fundo dessa história toda é a tal desoneração da folha, aprovada recentemente pelo Congresso. A ideia era boa — reduzir custos para empresas de setores específicos — mas ninguém contava que o buraco seria tão fundo para estados e municípios.

  • Estados projetam perda de R$ 17 bi em 2026
  • Governo federal defende transição gradual até 2027
  • Lira alega "restrições fiscais" para rejeitar compensação

No fim das contas, o que temos é mais um capítulo daquela novela que todo brasileiro conhece bem: o impasse entre União, estados e municípios sobre quem paga a conta. E pelo jeito, desta vez os governos locais que se virem.

É como diz o ditado: quando um fecha, outro abre. Só que neste caso, parece que todo mundo quer fechar — menos a torneira do dinheiro público.