
O que você faria se alguém te dissesse que uma proposta para taxar bancos, casas de aposta e super-ricos é "injusta"? Pois é, o ministro Fernando Haddad tem uma resposta na ponta da língua - e ela não é nada delicada.
Em um daqueles momentos que rendem ótimos soundbites para a mídia, Haddad basicamente mandou um "volta para a escola" para os críticos. A famosa "taxação BBB" - que mira Bancos, Bets e Bilionários - só seria injusta, segundo ele, para quem não faz a menor ideia do que está falando.
O jogo das desinformações
O ministro não economizou nas palavras. Disse, com todas as letras, que as críticas vêm de gente que ou não leu a proposta ou - pior ainda - leu e não entendeu bulhufas. É aquela velha história: quando a realidade não cabe no seu mundinho, você ataca a realidade.
E olha, não é como se ele estivesse inventando moda. A proposta tem números concretos, estudos técnicos e - pasmem - uma lógica econômica por trás. Que conceito radical, não?
Quem paga a conta?
Aqui vai o pulo do gato que muita gente parece ignorar de propósito: enquanto setores inteiros da economia já carregam uma carga tributária pesadíssima, alguns segmentos específicos nadam de braçada em isenções e benefícios fiscais.
- Bancos com lucros estratosféricos
- Empresas de apostas que surgiram como cogumelos depois da chuva
- Indivíduos com patrimônios que fazem os números da loteria parecerem troco de pão
Não, não é discurso de ódio contra quem tem dinheiro. É matemática pura - do tipo que não fecha quando uns poucos não contribuem proporcionalmente.
A tal da seletividade tributária
Lembra daquela história de que quem pode mais deve pagar mais? Pois é, parece que alguns esqueceram no caminho. Haddad lembra - e como lembra!
O sistema tributário brasileiro é, vamos combinar, uma bagunça das grandes. Mas corrigir distorções históricas? Ah, isso é "injusto". A ironia é tão grossa que dá para cortar com faca.
Enquanto isso, o Zé povinho continua pagando imposto em tudo quanto é canto - do pão de cada dia ao remédio da vovó.
E as apostas esportivas?
Esse talvez seja o ponto mais curioso de todos. As betting companies chegaram ao Brasil com tudo, patrocinando desde camisas de time até programas de TV. Dinheiro não falta - exceto na hora de contribuir com o país que lhes dá tanto lucro.
Haddad, com a paciência de quem explica o óbvio para crianças teimosas, lembra que taxar esse setor não é nenhum crime contra a humanidade. É, na verdade, uma prática comum em vários países que não nasceram ontem.
O que esperar agora?
O debate está aberto - e promete esquentar muito. De um lado, os defensores da proposta argumentam que é uma questão de equidade. Do outro... bem, do outro temos aqueles que Haddad chama gentilmente de "desinformados".
Uma coisa é certa: o ministro não parece disposto a baixar a bola. Para ele, a discussão precisa ser técnica, baseada em dados - e não em chavões vazios ou histeria coletiva.
E você, de que lado fica? Da matemática ou da gritaria?