Haddad Adverte: Isenções Sem Propósito Perpetuam Desigualdades no Brasil
Haddad: Isenções sem propósito perpetuam desigualdades

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, soltou o verbo esta semana sobre um tema que, vamos combinar, sempre dá pano pra manga: as tais isenções fiscais que pipocam por aí sem nenhum critério decente. E olha que a fala dele veio carregada de um recado duro, daqueles que fazem tremer as bases do Planalto.

Numa conversa franca com jornalistas, Haddad foi direto ao ponto — coisa rara em Brasília, convenhamos. "Manter desonerações sem propósito é perpetuar desigualdades", disparou o ministro, com aquela cara de quem já cansou de bater na mesma tecla. E não é que ele tem razão?

O X da Questão Fiscal

O que mais preocupa — e aqui a gente precisa falar sério — é que essas benesses fiscais acabam criando um efeito dominó perigoso. Primeiro, o governo abre mão de arrecadação. Depois, sobra menos dinheiro para saúde, educação e aqueles programas sociais que realmente fazem diferença na vida do cidadão comum.

Haddad foi categórico: "Não faz sentido manter desonerações sem propósito definido". E arrematou com uma que deve ter dado arrepios em muita gente: "O que a gente quer é tributar quem não paga imposto".

O Jogo Político por Trás dos Números

Mas vamos combinar — a coisa não é tão simples quanto parece. Do outro lado dessa história tem uma penca de setores que se acostumaram com os privilégios. E convenhamos, ninguém larga o osso fácil, especialmente em ano que vem tem eleição municipal.

O ministro, porém, parece disposto a encarar a fera. Ele lembra que a reforma tributária aprovada no ano passado não foi feita para ser apenas mais uma lei bonita no papel. Era pra mudar a realidade mesmo. E mudança, como sabemos, sempre encontra resistência.

"Temos que enfrentar esse debate", insistiu Haddad, mostrando que está pronto para a briga. Resta saber se o Congresso — e a sociedade — estão dispostos a encarar junto.

Desigualdade: O Elefante na Sala

O que mais choca nessa história toda é ver como certos benefícios fiscais acabam, sem querer querendo, aumentando o abismo social. Enquanto uns pagam impostos até sobre o pão de cada dia, outros nadam em isenções que nem sempre se justificam.

Haddad foi incisivo: manter esse sistema é "perpetuar desigualdades". Três palavrinhas que, juntas, formam um diagnóstico cruel da nossa realidade. E o pior — todo mundo sabe, mas poucos têm coragem de falar.

E Agora, José?

O ministro adiantou que o governo está de olho em pelo menos três frentes de desonerações que precisam ser revistas. Não deu detalhes — claro, política é o reino do talvez — mas deixou claro que a intenção é fazer uma limpa na bagunça fiscal.

O timing, convenhamos, é mais que perfeito. Com a economia dando sinais de recuperação — ainda que tímidos —, talvez seja mesmo a hora de botar a casa em ordem. O desafio, como sempre, é fazer isso sem estrangular o crescimento.

Uma coisa é certa: o debate está posto. E dessa vez, parece que vai pegar fogo. Haddad mostrou que veio para ficar — e para mudar. Resta saber se o país está pronto para acompanhá-lo.