
A política econômica brasileira vive mais um daqueles momentos de tensão que deixam todo mundo de cabelo em pé. Nesta segunda-feira, o ministro Fernando Haddad saiu do seu gabinete e foi direto para a Câmara dos Deputados, com uma missão nada simples: convencer o presidente da Casa, Paulo Motta, a apoiar a MP 1260.
E olha, a situação tá feia. A medida que reduz o IOF sobre o câmbio e outras operações financeiras está praticamente com um pé na cova. Haddad sabe que, sem o apoio de Motta, a coisa pode desandar de vez.
O que está realmente em jogo?
Parece complicado, mas vou simplificar: o governo quer facilitar a vida de quem precisa fazer operações com moeda estrangeira. A ideia é reduzir aquela taxinha que sempre aparece quando mexemos com dólar, euro, essas coisas. Só que na Câmara, a resistência é grande — muito grande.
Os deputados estão de olho no que chamam de "renúncia fiscal". Traduzindo: o governo deixaria de arrecadar uma grana preta com essa redução, e tem gente que não tá nada feliz com isso.
Os números que preocupam
Aqui vai um dado que faz qualquer um levantar a sobrancelha: só em 2024, a redução do IOF custaria aos cofres públicos cerca de R$ 400 milhões. É dinheiro que não cai do céu, né?
Mas Haddad insiste que o benefício é maior. Segundo ele, a medida vai aquecer o comércio exterior e facilitar a vida das empresas brasileiras que negociam com o exterior. É aquela velha história: tem que gastar um pouco para ganhar muito depois.
O jogo político por trás dos números
O que muita gente não percebe é que essa não é só uma discussão técnica. É puro xadrez político. Motta, como presidente da Câmara, tem um poder enorme sobre o que vai ou não para votação. E ele não tá nada convencido de que essa MP é uma boa ideia.
Fontes próximas ao Planalto contam que a reunião foi daquelas que deixam marcas. Haddad chegou confiante, mas encontrou resistência. Motta, por sua vez, mostrou-se preocupado com o impacto fiscal — e, vamos combinar, também com a repercussão política.
Não é segredo para ninguém que 2025 é ano de preparação para as eleições municipais. Ninguém quer ser lembrado como o que aprovou uma medida que "dá dinheiro de graça para o mercado financeiro".
E agora, o que esperar?
Bom, o cenário é daqueles que deixam até os mais experientes com um frio na barriga. Se a MP não for votada até 21 de outubro — e as coisas não estão nada fáceis —, ela simplesmente perde a validade. Seria uma derrota dura para Haddad e para o governo.
Mas calma, nem tudo está perdido. Existe a possibilidade de um acordo de meio-termo. Algo como reduzir menos do que o governo queria, ou encontrar outras compensações fiscais. Na política, como dizem, até o último minuto tudo pode acontecer.
O que é certo é que os próximos dias serão decisivos. Enquanto Haddad e Motta continuam suas conversas — que provavelmente vão incluir muitos cafés e conversas de corredor —, o mercado financeiro fica de olho. Afinal, qualquer decisão sobre o IOF mexe diretamente com investimentos e câmbio.
Resta saber quem vai ceder primeiro nesse cabo de guerra. O ministro teimoso ou o presidente da Câmara cauteloso? Só o tempo — e muita negociação — dirão.