Pois é, meus amigos, a coisa andou – e andou rápido! Numa jogada que pegou muita gente de surpresa, a Câmara dos Deputados resolveu botar o pé no acelerador e aprovou, nesta quarta-feira (21), o regime de urgência para aquele projeto famoso que tira da roda do leão quem ganha até R$ 5 mil.
E olha, não foi de grátis não. A votação foi aquela correria de sempre, mas no fim das contas, passou com 329 votos a favor e só 108 contra. Uma goleada, pra ser sincero. Agora, a proposta pode ir direto para o plenário, sem precisar passar pelaquela via crucis das comissões. Alívio na certa.
Mas calma lá que a festa ainda não começou de verdade. O texto-base, aquele que realmente importa, ainda vai ser votado. A urgência foi só o aviso de que o assunto é quente e não pode ficar esquentando cadeira. A expectativa é que a discussão de verdade role ainda esta semana. O placar da urgência, aliás, já dá uma bela dica de que a aprovação final é bem provável.
E o que muda no seu bolso?
Imagina só: se o projeto passar do jeito que está, cerca de 18 milhões de trabalhadores – sim, você leu certo, DEZOITO MILHÕES – vão poder respirar aliviados na hora de declarar o IR. A isenção vale para quem recebe até cinco salários mínimos, o que hoje fecha em R$ 5.050. Uma grana preta saindo do imposto e ficando no bolso de quem mais precisa.
O autor da ideia, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), defende o projeto com unhas e dentes. Ele jura de pé junto que a medida é mais do que justa – é uma questão de equilibrar a balança e dar um fôlego pra classe trabalhadora, que vive sufocada com tanto imposto. E convenhamos, ele tem um ponto. Quem ganha até cinco mínimos mal consegue se virar, quanto mais pagar imposto.
E o governo nessa história?
Aqui que a porca torce o rabo. O Palácio do Planalto não está muito feliz com a novidade – e não é difícil adivinhar o motivo. O projeto abre um rombo de aproximadamente R$ 12,5 bilhões nos cofres públicos. Uma fortuna que, segundo o governo, faria muita falta pra fechar as contas.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) já deu seu palpite: na visão dele, o caminho não é esse. A reforma tributária que está sendo costurada, aquela bem mais complexa, seria a solução mais inteligente e duradoura. Mas, entre nós, reforma tributária no Brasil é igual jogo do bicho: todo mundo fala, mas ninguém sabe quando – ou se – vai virar realidade.
Enquanto isso, a pressão popular só aumenta. A galera cansou de pagar pra ver e quer uma solução agora, não daqui a cinco anos. A aprovação da urgência na Câmara mostra que os deputados estão, pelo menos, sentindo o calor.
O que vai acontecer agora? Bom, é ficar de olho no plenário. A votação do texto principal promete ser acirrada, com muita discussão sobre números, impacto fiscal e o que é melhor pro país. Uma coisa é certa: o debate sobre quem deve – ou não – pagar Imposto de Renda finalmente chegou no centro do ringue. E parece que vai pegar fogo.
