COP30 em Belém: Plataforma com 27 mil leitos não interfere nos preços — e a cidade sente o impacto
COP30: Plataforma não interfere em preços de hospedagem em Belém

Parece que a conta chegou, e não é barata. Com a COP30 batendo na porta, Belém se transformou em um verdadeiro tabuleiro de Monopoly, onde cada quarteirão vale uma pequena fortuna. A notícia que corre pela cidade não é das mais animadoras para quem planeja vir conferir o evento climático: a maior plataforma de hospedagens da região, que concentra nada menos que 27 mil leitos, lavou as mãos. Sim, você leu direito. Eles simplesmente não vão interferir nos valores praticados.

O que temos aqui, no fim das contas, é a mais pura expressão do liberalismo económico a funcionar — para o bem, ou quase sempre, para o mal. Os proprietários estão com a faca e o queijo na mão. A demanda explode, a oferta é finita, e os preços… bem, os preços disparam sem qualquer tipo de freio.

E aí, como fica o turista?

Imagine só: você planeja sua viagem com meses de antecedência, separa uma grana, acredita que está tudo sob controle. Eis que, de repente, os valores das diárias dão um salto digno de um campeão olímpico. A frustração é inevitável. Muita gente vai acabar repensando a vinda, ou então terá de se contentar com opções bem mais distantes — o que, convenhamos, não é o ideal num evento dessa magnitude.

Não é como se a plataforma não soubesse do problema. Eles até admitem que existe uma “pressão inflacionária” no mercado. Mas, na visão deles, o seu papel é apenas conectar quem oferece e quem procura. O resto? O resto é com as forças invisíveis — e por vezes cruéis — do mercado.

O outro lado da moeda: quem ganha com isso?

Obviamente, os donos de imóveis estão a esfregar as mãos de contentes. Para muitos, a COP30 representa uma oportunidade única de recuperar prejuízos dos últimos anos ou fazer um pé-de-meia. É a lei do retorno, diriam alguns. Mas a pergunta que fica, e que ninguém parece querer responder direito, é: até que ponto esse lucro individual não prejudica o colectivo?

Belém tem uma chance rara de se mostrar para o mundo. Mas e se o mundo chegar aqui e encontrar uma cidade inacessível? A imagem que fica não é das melhores. Parece que, entre o lucro imediato e o legado duradouro, a primeira opção ainda fala mais alto.

O facto é que a cidade está num impasse. De um lado, a euforia de receber um evento global. Do outro, a dura realidade de quem ainda não descobriu como equilibrar os pratos da balança. E você, o que acha? É justo deixar o mercado ditar as regras sozinho numa situação como esta?