
Quem diria que o turno da tarde poderia se transformar numa mina de ouro? No Rio Grande do Sul, um exército de entregadores está provando que sim — e como! Com ganhos que beiram os R$6 mil mensais trabalhando apenas nesse período, o setor de entregas virou a sensação do momento.
O boom que ninguém viu chegando
Enquanto muita gente ainda associa entregas a motoboys suando a camisa o dia todo, no RS a realidade é outra. "Parece que descobriram o pulo do gato", comenta um veterano do ramo, que prefere não se identificar. O segredo? Focaram no período em que a maioria está voltando do almoço ou já pensando no happy hour.
Por que justo a tarde?
Três fatores explicam essa loucura:
- Pico de compras online: pesquisas mostram que as pessoas compram mais entre 14h e 18h
- Menos trânsito: fugindo do rush matinal e noturno
- Demanda reprimida: serviços tradicionais fecham nesse horário
"É como se tivessem achado um buraco no sistema", brinca uma entregadora de 32 anos, enquanto organiza pacotes no porta-malas. Ela, que antes mal tirava R$2 mil no mês, agora vive outra realidade.
O lado B da moeda
Claro que nem tudo são flores. O aumento da concorrência já preocupa alguns. "Tá virando farinha pouca, meu pirão primeiro", desabafa um motoboy que entrou no ramo há seis meses. Além disso, os aplicativos começam a ajustar algoritmos — e ninguém sabe ao certo como ficará daqui pra frente.
Mas enquanto a música toca, o pessoal dança. E no RS, a festa das entregas vespertinas parece longe de acabar. Resta saber: será moda passageira ou veio pra ficar? Só o tempo — e o bolso dos entregadores — dirão.