
O plenário virou palco de um constrangimento público. Num daqueles dias que deixam marcas, um vereador — cujo nome a história vai lembrar, mas não aqui — simplesmente levantou e saiu. Motivo? Recusou-se a ler um projeto de lei voltado à comunidade LGBTQIA+. Não deu tempo nem para o "por favor" do presidente da sessão. Virou as costas e foi embora, deixando um silêncio pesado no ar.
Pois é. O que parecia apenas mais um capítulo da velha resistência conservadora virou caso judicial. A Justiça não só entendeu o gesto como homofobia, como decidiu: tem preço. Agora, o político responde por discriminação. E olha que a lei é clara — não faltaram avisos.
O projeto que "não merecia ser lido"
Detalhes? O projeto em questão — que o vereador considerou indigno de sua voz — previa políticas públicas básicas para a população LGBTQIA+. Coisas como acesso à saúde e combate à violência. Nada de revolucionário, só o mínimo que qualquer cidadão merece. Mas, sabe como é, para alguns, até o básico parece demais.
Testemunhas contam que houve murmúrios. Uns apoiavam a saída do vereador, outros ficaram visivelmente incomodados. "Foi um ato de covardia", disparou uma colega de legislatura, sem meias palavras. Já um assessor, que pediu para não ser identificado, resmungou: "Todo mundo sabe que ele é assim, mas dessa vez passou dos limites".
Condenação que faz história
O processo correu em segredo de Justiça — até sair a sentença. A decisão, inédita na região, considerou que abandonar a sessão para não ler o projeto configura "ato discriminatório explícito". A multa é pesada, mas o maior golpe veio mesmo na reputação. Nas redes sociais, a hashtag #VereadorHomofóbico viralizou antes mesmo da sentença oficial.
Curiosamente, o próprio político — sempre tão eloquente em discursos — sumiu dos holofotes. Não atendeu telefonemas, não deu entrevistas. Só soltou uma nota genérica sobre "respeitar a Justiça", mas sem um pingo de arrependimento. Parece que, para ele, o erro não foi o preconceito, mas ter sido pego.
Enquanto isso, ativistas comemoram. "É um sinal de que a sociedade não aceita mais esse tipo de comportamento", comenta uma liderança local, enquanto organiza um ato em frente à câmara. Vai ter faixas, música e — ironia das ironias — leitura pública do tal projeto. Dessa vez, com plateia garantida.