
O clima na Capela Mortuária do Parque Jardim da Paz nesta manhã de sábado era daqueles que ficam na memória. Uma mistura pesada de tristeza e saudade, mas também de profundo respeito. Quem chegava percebia na hora: ali se despediam de alguém muito especial.
Maria Eugênia Ribeiro não era apenas uma procuradora aposentada. Era dessas pessoas que deixam marcas — e das boas. Aos 75 anos, partiu na última quinta-feira, mas o que ficou foi um legado que poucos conseguem construir.
O velório começou cedo, às 8h, e seguiu até o meio-dia. E olha, não foi pouca gente que apareceu para dar aquele último adeus. Parentes, é claro, mas também amigos de longa data e colegas que trabalharam com ela durante anos no Ministério Público de Sergipe.
Carreira marcada pela dedicação
Ah, e que carreira! Maria Eugênia não estava só cumprindo horário — ela vivia a profissão. Entrou para o MP em 1982, numa época em que ser mulher no Direito era ainda mais desafiador. Mas ela tinha aquela determinação silenciosa que conquista espaço.
Trinta e cinco anos de serviço. Quase quatro décadas defendendo o que era certo, lutando por justiça. Aposentou-se em 2017, mas sabe como é gente assim? Nem aposentada conseguia ficar totalmente longe das causas que sempre defendeu.
"Ela era daquelas profissionais raras", comentou um colega que preferiu não se identificar. "Do tipo que não media esforços quando acreditava em algo. E acreditava em muita coisa boa."
O adeus final
Por volta do meio-dia, chegou o momento mais difícil. O corpo saiu em cortejo do Jardim da Paz rumo ao Cemitério Parque da Colina, no Santo Antônio. Aquele silêncio que fala mais que mil palavras.
A família — e que família! Marido, filhos, netos — recebia abraços e palavras de conforto. Todo mundo tentando achar o que dizer numa hora dessas, sabendo que nenhuma palavra realmente alivia.
Mas dava para ver nos olhos das pessoas: Maria Eugênia fez diferença. Na profissão, na família, na vida de quem cruzou seu caminho. E no final das contas, é isso que importa, não é?
O sepultamento foi reservado, íntimo. Só família e amigos mais próximos. Aquele momento final que dói, mas também traz um certo alívio — o sofrimento acabou, a lembrança fica.
Sergipe perdeu uma de suas filhas ilustres. O Direito, uma de suas defensoras mais dedicadas. E cada pessoa que passou pela capela hoje perdeu um pedaço do próprio coração.
Descanse em paz, Maria Eugênia. O trabalho aqui estava bem feito.