O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) vive um momento histórico com a revelação de que um de seus desembargadores recebeu diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). A notícia, que circula nos corredores do judiciário catarinense, representa um importante avanço na discussão sobre neurodiversidade no sistema de Justiça brasileiro.
Diagnóstico na Vida Adulta
O magistrado, que preferiu não se identificar publicamente, descobriu ser autista já em idade adulta, após passar por avaliação médica especializada. O diagnóstico veio como uma revelação que ajudou a compreender melhor suas próprias características e formas de processamento mental.
"O autismo não é uma limitação, mas uma forma diferente de enxergar o mundo", afirmou o desembargador em conversas com colegas da corte. Essa perspectiva desafia estigmas e abre novas possibilidades para a inclusão de neurodivergentes em posições de liderança.
Neurodiversidade no Poder Judiciário
A presença de um magistrado com TEA em um tribunal de segunda instância como o TJ-SC quebra paradigmas e levanta questões importantes:
- Como o sistema judiciário pode se adaptar para acolher profissionais neurodivergentes?
- Quais contribuições únicas pessoas autistas podem trazer para a análise de processos complexos?
- Quais adaptações são necessárias nos ambientes de trabalho dos tribunais?
Especialistas em inclusão destacam que diversas formas de pensamento podem enriquecer a tomada de decisões judiciais, trazendo perspectivas inovadoras para casos complexos.
Um Marco para Santa Catarina
Santa Catarina se torna pioneira nessa discussão dentro do Poder Judiciário brasileiro. O caso do desembargador serve como exemplo de que o autismo não impede o exercício de funções de alta complexidade e responsabilidade.
Colegas do magistrado relatam que suas características autistas – como atenção aos detalhes, capacidade de concentração profunda e pensamento sistemático – na verdade contribuem para sua atuação jurídica.
Futuro Mais Inclusivo
Esta revelação ocorre em um momento de crescente discussão sobre diversidade e inclusão em todas as esferas da sociedade, incluindo o serviço público. O caso do desembargador catarinense inspira uma reflexão mais ampla sobre como instituições tradicionais podem se adaptar para valorizar diferentes formas de neurofuncionamento.
O caminho para um judiciário verdadeiramente inclusivo está apenas começando, mas histórias como esta mostram que é possível – e necessário – avançar nessa direção.