Justiça Determina Indenização para Pacientes que Ficaram Cegos após Mutirão de Catarata em Taquaritinga, SP
Cegos em mutirão de catarata ganham indenização em SP

Imagine abrir os olhos após uma cirurgia que prometia devolver sua visão e se deparar com uma escuridão permanente. Foi exatamente isso que aconteceu com vários pacientes em Taquaritinga, no interior paulista, e agora a Justiça finalmente deu um veredicto que vai fazer o poder público abrir os cofres.

O caso é daqueles que dão um nó no estômago. Um mutirão de catarata que deveria ser uma benção se transformou numa tragédia anunciada. E olha que não foi ontem - estamos falando de procedimentos realizados entre 2016 e 2017, mas as consequências são para a vida toda.

O Preço da Negligência

A sentença, sabe como é? Demorou, mas veio. E veio com força total. O juiz Carlos Alberto de Santi não só condenou o município e o Estado como determinou indenizações que variam de R$ 50 mil a R$ 150 mil por paciente. Não é pouco dinheiro, mas será que compensa perder a visão?

O que mais revolta nessa história toda é que os problemas eram previsíveis. Laudos periciais mostram que a coisa foi malfeita desde o início - falta de exames pré-operatórios adequados, acompanhamento pós-cirúrgico inexistente... Uma sequência de erros grotescos que você nem acredita que aconteceu num serviço de saúde.

Um Descaso que Vem de Longe

Ah, e tem mais! A defensoria pública entrou com ação coletiva em 2019, mas até chegar numa decisão definitiva... Bem, o Brasil não é conhecido por sua agilidade judicial, não é mesmo? Dois anos se passaram até que a sentença saísse agora em agosto de 2025.

Os valores das indenizações não são iguais para todo mundo - e faz sentido. Cada caso é um caso, cada sequela é diferente. Tem gente que perdeu totalmente a visão, outros ficaram com graves comprometimentos. O juiz foi sensível o suficiente para entender essas nuances.

Responsabilidade Dividida

Aqui tem um detalhe importante: tanto o município quanto o Estado foram condenados solidariamente. Traduzindo: os pacientes podem cobrar de qualquer um dos dois - quem pagar primeiro depois resolve as contas com o outro. Esperteza jurídica para não deixar ninguém sem receber.

E não venham me dizer que não havia como saber dos riscos. A própria defensoria alegou - e provou - que faltou o mínimo de cuidado: avaliações oftalmológicas decentes, estrutura adequada, planejamento... Basicamente tudo que deveria existir num procedimento desse tipo.

O mais triste? Muitos dos pacientes já eram idosos, pessoas humildes que viram numa cirurgia gratuita a chance de melhorar de vida. E ganharam é um problema permanente para o resto de seus dias.

Agora é torcer para que o pagamento saia rápido - porque esperaram demais já. E que casos como esse sirvam de exemplo para que mutirões de saúde sejam feitos com a seriedade que merecem. A visão de ninguém pode ser tratada como moeda de troca.