Família transforma dia de provas do CNU 2025 em oportunidade de renda extra com venda de lanches em Manaus
Família vende lanches durante CNU 2025 e aumenta renda em Manaus

O sábado amanheceu diferente para a família Silva em Manaus. Enquanto milhares de candidatos corriam para os locais de prova do CNU 2025, carregando nervosismo e esperança, eles montavam sua própria operação estratégica: uma banca improvisada de lanches que prometia transformar ansiedade em oportunidade.

"A gente viu o edital e pensou: é nossa chance também", conta Maria Silva, a matriarca de 47 anos que coordenava a produção dos sanduíches naturais ainda de madrugada. Seus filhos, de 16 e 19 anos, dividiam as tarefas entre preparar os sucos e organizar as embalagens. Uma verdadeira linha de montagem caseira que começava às 4h da manhã.

Estratégia familiar que deu certo

O planejamento foi minucioso. Escolheram um ponto próximo ao local de prova na Zona Leste de Manaus, calculando o fluxo de candidatos. Ofereciam desde café preto – aquele que despertava até os mais sonolentos – até sanduíches naturais que cabiam no orçamento apertado de quem vive a maratona dos concursos.

"Muitos saíam de casa sem comer, com medo de atrasar", observa o filho mais velho, João. "A gente via o alívio no rosto deles quando encontravam nosso cantinho."

Números que alimentam sonhos

O movimento? Intenso. Só nas primeiras três horas venderam mais de 100 sanduíches e 50 porções de salgados. O lucro do dia superou em cinco vezes o que normalmente fariam num final de semana comum. Uma verdadeira injeção de ânimo no orçamento doméstico.

E não era só sobre o dinheiro. Havia histórias por trás de cada venda. Candidatos que dividiam a ansiedade, contavam sobre a preparação, os sacrifícios. Criou-se ali, na calçada quente de Manaus, uma pequena comunidade de sonhos e determinação.

O lado humano dos grandes eventos

O que essa família demonstrou vai além do empreendedorismo básico. Mostrou uma sensibilidade aguçada para identificar oportunidades onde outros veem apenas caos. Enquanto o governo organizava a logística monumental das provas, eles resolviam um problema muito concreto: a fome e a sede de quem buscava mudar de vida através da educação.

"No próximo concurso a gente já sabe o que fazer diferente", planeja Maria, com um brilho nos olhos que mistura orgulho e esperança. "Vamos incluir opções veganas e sucos especiais."

Uma lição de que, mesmo nos cenários mais estruturados, sempre há espaço para a criatividade popular – aquela que nasce da necessidade, mas floresce com trabalho duro e visão.