
O cenário econômico internacional acaba de ganhar um novo capítulo — e que capítulo! — com as recentes medidas anunciadas pela administração Trump. Parece que estamos diante de uma verdadeira revolução silenciosa, mas com potencial para fazer bastante barulho.
O que está em jogo aqui é uma fusão peculiar: de um lado, o tradicional liberalismo econômico; do outro, um nacionalismo ferrenho. O resultado? Algo que os especialistas estão chamando de "neoliberalismo de mercado nacional". Soa contraditório? Talvez. Mas é exatamente essa contradição que torna a coisa toda tão fascinante.
Uma Mudança de Paradigma?
Segundo análise do economista Elias Jabour, professor da UFRJ, Trump basicamente inaugurou nos Estados Unidos um modelo econômico que ninguém esperava. É como se ele pegasse receitas antigas e adicionasse temperos completamente novos — alguns diriam até exóticos.
O cerne da questão está nessa dualidade: enquanto mantém certas premissas neoliberais, como abertura de mercado e menos regulamentação, Trump introduz elementos protecionistas que beiram o nacionalismo econômico. Uma combinação que, convenhamos, não é exatamente ortodoxa.
Os Pilares da Nova Estratégia
- Redução de impostos para empresas, mas com um twist: benefícios maiores para quem produz localmente
- Abertura comercial seletiva — basicamente, "comerciamos com quem nos convém"
- Protecionismo disfarçado de incentivo à indústria nacional
- Flexibilização regulatória com olho vivo na segurança nacional
Não é à toa que Jabour define essa estratégia como "um projeto de poder que visa recolocar os EUA no centro do capitalismo global". Soa ambicioso? Porque é mesmo.
E o Brasil Nessa História?
Aqui é onde a coisa fica particularmente interessante para nós. O economista faz um alerta: o governo brasileiro precisa ficar de olho nessas movimentações. Por quê? Porque dependendo de como essa nova política se desdobrar, pode significar tanto oportunidades quanto ameaças para nossa economia.
Imagine só: de um lado, a possibilidade de novos acordos comerciais; do outro, o risco de medidas protecionistas que dificultem nossas exportações. É como um jogo de xadrez onde as regras estão sendo reinventadas a cada jogada.
Jabour não poupa críticas ao chamar atenção para o que ele considera "uma política externa errática". Mas reconhece: a estratégia econômica, por outro lado, parece ter método na aparente loucura.
O Que Esperar do Futuro?
Se tem uma coisa que essa nova abordagem nos ensina é que as velhas categorias econômicas talvez não deem mais conta da realidade. Estamos vendo nascer um híbrido — meio neoliberal, meio nacionalista — que pode redefinir as relações comerciais globais nos próximos anos.
O certo é que os olhos do mundo econômico estarão voltados para Washington. Porque quando os EUA espirram, o mundo todo pega pneumonia — ou, quem sabe, desenvolve novas vacinas econômicas.
Uma coisa é certa: o tabuleiro global acaba de ser sacudido. E nós, brasileiros, precisamos aprender a jogar com essas novas peças.