
O Congresso Nacional está prestes a colocar a mão na massa — ou melhor, no bolso — dos contribuintes brasileiros. E olha que a coisa promete dar o que falar.
Um projeto de lei que está circulando por lá quer fazer uma verdadeira revolução na tabela do Imposto de Renda. A ideia, pra ser sincero, é das mais ousadas: proteger quem ganha pouco e cobrar mais de quem tem muito.
Quem sai ganhando?
Pois é, se você é daqueles que suam a camisa pra fechar as contas no fim do mês, essa notícia pode te animar. A proposta estabelece que trabalhadores com rendimentos mensais de até dois salários mínimos ficariam completamente isentos do Imposto de Renda. Isso mesmo — zero de desconto na fonte.
Atualmente, a isenção só vale pra quem recebe até R$ 1.903,98. Com a mudança, o teto subiria para aproximadamente R$ 2.824, considerando o salário mínimo atual. Uma diferença que, convenhamos, pode significar um alívio e tanto no orçamento familiar.
E quem paga a conta?
Agora vem a parte polêmica — porque toda reforma tem seu lado espinhoso. Para compensar a renúncia fiscal com a ampliação da isenção, o projeto cria uma nova faixa de tributação no topo da pirâmide.
Estamos falando de uma alíquota de 35% para rendimentos mensais acima de 40 salários mínimos. Fazendo as contas rapidinho: isso daria algo em torno de R$ 56.480 por mês. Uma grana preta, né?
O que me preocupa — e deve preocupar você também — é como isso vai impactar a arrecadação. O governo sempre alega que precisa de dinheiro pros cofres públicos, mas será que taxar mais os ricos realmente resolve o problema?
O meio do caminho
Para quem está entre esses dois extremos, a proposta também mexe nas outras faixas. A ideia é reajustar todos os limites pra corrigir aquela distorção acumulada ao longo dos anos — a famosa tabela travada que tanto nos incomoda.
As alíquotas intermediárias de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5% seriam mantidas, mas com novos patamares de renda. Uma tentativa de tornar o sistema menos injusto, pelo menos em teoria.
E agora, José?
O projeto ainda está engatinhando no labirinto legislativo. Precisa passar por comissões, plenários, possíveis vetos presidenciais... Enfim, um longo caminho até virar realidade.
Enquanto isso, a pergunta que não quer calar: será que dessa vez vai? Ou é mais uma daquelas promessas que acabam se perdendo nos corredores do Congresso?
O que eu posso te dizer é o seguinte: se aprovada, essa reforma representaria a maior mudança no IR dos últimos anos. E convenhamos, depois de tanto tempo com a tabela praticamente congelada, qualquer ajuste já seria bem-vindo.
Mas é claro — entre o papel e a realidade existe um abismo. Resta saber se nossos parlamentres terão coragem de enfrentar os interesses contrariados e fazer o que precisa ser feito.
Você, leitor, o que acha? É justo cobrar mais de quem tem mais? Ou isso poderia frear investimentos e prejudicar a economia? A discussão está apenas começando.