Mercado em Crise: Por Que os Moteis Estão Fechando as Portas na Maior Concentração da América Latina?
Crise fecha moteis na maior concentração da AL

Parece que os dias de glória ficaram para trás. Quem passa pela região metropolitana de Goiânia hoje percebe algo diferente no ar — ou melhor, a falta de algo. As luzes neon que antes pintavam a noite agora se apagaram em diversos estabelecimentos. Os famosos "hotéis de alta rotatividade", que já foram sinônimo de movimento constante, enfrentam uma realidade bem menos glamourosa.

E olha que estamos falando do que já foi considerado — pasmem — o maior polo de moteis de toda a América Latina. Sim, você leu direito. A região chegou a concentrar nada menos que 400 estabelecimentos desse tipo. Um número que, convenhamos, é de deixar qualquer um de queixo caído.

O que está por trás dessa crise?

A resposta, como quase tudo na vida, não é simples. É um daqueles casos onde vários fatores se juntaram para criar a tempestade perfeita. A pandemia, claro, deu o primeiro e mais duro golpe. Mas a coisa não parou por aí.

Os aplicativos de relacionamento mudaram completamente o jogo. Por que sair de casa quando um deslize no celular pode resolver a questão do encontro? A tecnologia, que em tese deveria ajudar, acabou se tornando uma concorrente ferrenha.

Mudanças no perfil dos clientes

Antes, os moteis viviam cheios — e não era só por causa dos encontros amorosos. Muitos viajantes os usavam como parada rápida, profissionais em trânsito precisavam de um local para descansar, e até famílias em viagem aproveitavam a praticidade. Hoje? Bom, o perfil mudou radicalmente.

Os hóspedes eventuais sumiram. As diárias caíram drasticamente. E os custos, esses não param de subir. Imagine manter uma estrutura com piscina, estacionamento discreto, manutenção — tudo isso com cada vez menos clientes batendo à porta.

O retrato dos números

A situação é tão séria que muitos proprietários preferem colocar seus negócios à venda. Só na região de Goiânia, a oferta de moteis no mercado imobiliário disparou. E os preços? Bem, não estão nada animadores para quem quer vender.

Alguns estabelecimentos que antes valiam milhões hoje são oferecidos por menos da metade. É um verdadeiro banho de água fria para quem investiu pesado nesse setor.

E o futuro?

Especialistas do setor hoteleiro apontam que a reinvenção pode ser o único caminho. Alguns moteis já estão se adaptando — oferecem diárias promocionais, pacotes para noites especiais, e até se reposicionam como hotéis temáticos.

Mas a verdade é que o mercado nunca mais será o mesmo. A era de ouro dos moteis, pelo menos como a conhecíamos, parece ter entrado em declínio. Resta saber quantos conseguirão se adaptar aos novos tempos — e quantos simplesmente virarão memórias na paisagem urbana de Goiânia.

Uma coisa é certa: a cidade nunca mais será a mesma sem aqueles telhados característicos e as entradas discretas que marcaram gerações. O que vem por aí? Só o tempo — e o mercado — dirão.