
Numa jogada que promete acalmar ânimos no setor produtivo, o governo brasileiro decidiu colocar os holofotes onde mais dói: pequenos negócios e aqueles produtos que não podem esperar — literalmente. Márcio França, em entrevista que mais pareceu um balanço de guerra econômica, deixou claro que o país não vai ficar de braços cruzados diante das tarifações internacionais.
"Quando o jogo fica pesado, é hora de proteger quem mais precisa", disparou o ministro, com aquela cara de quem já viu crise demais na vida. E não é pra menos — enquanto grandes corporações têm músculo pra aguentar tranco, o Zé da padaria ou a Maria da feira ficam com as pernas bambas diante desses ventos gelados da economia global.
O que muda na prática?
Olha só como a coisa vai desenrolar:
- Crédito facilitado — taxas que não assustam nem aposentado
- Prazos esticados — porque conta que vence rápido é pesadelo na certa
- Linhas especiais — pra quem trabalha com o que estraga se você piscar
Não é milagre, claro. Mas francamente, depois de tanto desastre anunciado, até medidas paliativas soam como um copo d'água no deserto. "A gente sabe que não resolve tudo", admitiu França, com rara sinceridade política, "mas é o socorro imediato que dá pra oferecer enquanto não chega a ambulância".
E os grandes players?
Ah, eles não ficaram de fora — mas parece que o governo resolveu inverter a lógica do "quem tem mais, mais recebe". As medidas para corporações vieram, sim, porém amarradas a contrapartidas que fariam qualquer CFO pensar duas vezes antes de assinar embaixo.
"Quer ajuda? Mostra a cara", parece ter sido o recado não tão subliminar. Investimento em pesquisa, geração de empregos de qualidade e — pasmem — até redução de preços em setores estratégicos entraram na lista de exigências.
No fim das contas, o que se vê é um Brasil tentando navegar entre dois mundos: o da realidade econômica dura como concreto e o do discurso de que "dessa vez vai ser diferente". Resta saber se essas medidas — que soam bem no papel — vão realmente chegar onde precisam antes que o leite azede ou o tomate vire pasta.