BC enterra negócio bilionário: Banco Master e BRB não se fundem após veto unânime da diretoria
BC veta fusão entre Banco Master e BRB

Era pra ser um daqules negócios que mudariam o jogo no sistema financeiro brasileiro, mas acabou num não retumbante. A diretoria do Banco Central, numa rara demonstração de unanimidade, simplesmente enterrou a possibilidade de fusão entre o Banco Master e o BRB. A justificativa? Falta de viabilidade econômica — um eufemismo elegante para "essa conta não fecha".

O que me deixa pensando é como chegaram nesse ponto. Você imagina: meses de análises, projeções, reuniões intermináveis... e no final, todos os diretores olharam os números e chegaram à mesma conclusão desconcertante. Não dava. Simples assim.

Os números que não conversavam

Detalhe curioso: a reunião que definiu o futuro — ou melhor, o não-futuro — dessa operação aconteceu na última quarta-feira. E olha, não foi uma decisão tomada às pressas. O BC analisou cada centímetro da proposta, vasculhou todas as projeções, e o veredito foi categórico. A operação, nas condições apresentadas, não se sustentava economicamente.

Parece óbvio, mas às vezes esquecemos que por trás dessas decisões secas existem sonhos, estratégias, planos de expansão que simplesmente... esbarram na realidade crua dos números. O Master, com seu foco no agronegócio, e o BRB, esse banco público do Distrito Federal com suas particularidades — seria uma combinação explosiva, mas talvez no sentido literal da palavra.

E agora, José?

O que me impressiona é o timing. Num momento onde todo mundo fala em consolidação do sistema financeiro, em bancos se unindo para ganhar escala, o BC manda um recado claro: nem tudo que reluz é ouro. E escala sem viabilidade é receita para o desastre.

Fico imaginando as reuniões pós-decisão. De um lado, a equipe do Master — que vinha apostando suas fichas nessa expansão. Do outro, o BRB — que certamente via na operação uma chance de se reposicionar no mercado. E no meio, a realidade: às vezes o "não" é a resposta mais profissional que se pode dar.

O mercado, claro, vai digerir essa notícia. Alguns vão comemorar — concorrentes, talvez. Outros vão se perguntar que rumo tomarão essas instituições agora. Uma coisa é certa: o BC mostrou que, quando o assunto é a saúde do sistema financeiro, não há meio-termo. Ou a conta fecha, ou não fecha. E neste caso específico, as contas simplesmente se recusaram a cooperar.

Resta saber qual será o próximo movimento. Voltar à prancheta? Repensar estratégias? Ou seguir caminhos separados? O tempo — e os próximos balanços — dirão.