
Era pra ser um mês de comemoração no mercado financeiro, mas o fantasma da desaceleração resolveu aparecer sem avisar. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), aquela prévia do PIB que todo mundo fica de olho, surpreendeu até os analistas mais pessimistas: recuou 0,10% em setembro.
Ninguém — repito, absolutamente ninguém — esperava por isso. As apostas giravam em torno de um crescimento modesto, algo entre 0,20% e 0,30%. Mas a economia brasileira, caprichosa como sempre, decidiu seguir outro caminho.
O que explica essa queda?
Ah, aí vem o quebra-cabeça que está dando dor de cabeça nos economistas:
- Setor industrial patinando — Parece que a indústria nacional ainda não engrenou de vez
- Consumo das famílias com freio de mão puxado — O brasileiro tá segurando a carteira com unhas e dentes
- Juros altos fazendo estrago — A Selic a 13,75% não tá brincadeira, né?
E olha que o terceiro trimestre costuma ser mais animado, com aquela energia pós-férias de julho. Mas parece que em 2023 a coisa ficou meio sem gás.
E agora, José?
Os especialistas tão divididos — uns acham que é só um solavanco, outros já começam a sussurrar a palavra que ninguém quer ouvir: recessão técnica. Se o PIB oficial (aquele que o IBGE divulga) confirmar a queda no próximo trimestre, aí a festa acaba de vez.
"É cedo pra cantar vitória ou derrota", diz um economista que prefere não se identificar. "Mas dá pra sentir no ar aquela tensão de quem tá esperando o outro sapato cair."
Enquanto isso, no Planalto, o governo tenta minimizar os números. "Indicadores são como ondas — sobem e descem", comentou um assessor, tentando acalmar os ânimos. Só que o mercado não tá muito convencido dessa explicação poética.